O novo acordo ortográfico assustou muita gente quando começou a ser empregado em 2008 e até hoje ainda gera dúvidas. Entenda mais sobre ele!
O que é o novo acordo ortográfico?
O novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa é um tratado entre os países que formam a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que são: Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde, Moçambique, Guiné-Bissau, Timor-Leste e São Tomé e Príncipe. Seu objetivo principal foi definir as regras gramaticais do idioma português e unificar a escrita da língua.
Várias tentativas de acordos ortográficos da língua portuguesa já haviam sido feitas ao longo da história, mas nenhuma delas havia sido posta em prática. Em 1931, por exemplo, foi criado o acordo ortográfico luso-brasileiro, que não vigorou; mais tarde, em 1945, Portugal implementou a Convenção Ortográfica Luso-Brasileira, mas as mudanças não foram aplicadas no Brasil.
Em 1986, houve uma nova tentativa de unificação com as Bases Analíticas da Ortografia Simplificada de 1945, aceitas pelos países do CPLP (com exceção de Timor-Leste, que só se tornou independente em 2002). Mais recentemente, em 2006, o Brasil buscou novamente a ratificação do acordo junto a São Tomé e Príncipe e Cabo Verde, mas Portugal ainda resistia às mudanças propostas.
Somente em 2008, o novo acordo ortográfico foi finalmente ratificado pelo governo português, permitindo que os países de língua portuguesa adotassem uma ortografia unificada. Esse acordo está em vigor desde então, e, em janeiro de 2016, foi oficialmente definido como o único formato ortográfico reconhecido no Brasil.
Essa padronização proporcionada pelos acordos ortográficos da língua portuguesa visa facilitar a comunicação entre os países de língua portuguesa, especialmente no âmbito da educação, cultura e intercâmbio comercial.
Para que serve o novo acordo ortográfico?
O objetivo do novo acordo ortográfico é unificar a forma como a língua portuguesa é escrita nos países que a têm como idioma oficial.
Até o acordo entrar em vigor, a língua portuguesa era dividida entre “português brasileiro e português de Portugal”, o que gerava alguns problemas desnecessários, como a necessidade de publicação de materiais, livros e legendas de filmes ou séries em duas variações.
Com a implementação dos acordos ortográficos da língua portuguesa, esses obstáculos foram eliminados, facilitando a comunicação e a padronização do idioma em todos os países de língua portuguesa.
Como entender?
No novo acordo ortográfico, o que mudou foi somente a forma escrita. Isso significa que você não precisa se preocupar com a pronúncia das palavras, pois esta continuará da mesma forma que você aprendeu.
O foco dos acordos ortográficos da língua portuguesa é simplificar a escrita, sem alterar as variações regionais da fala.
Para entender melhor as mudanças trazidas pelos acordos ortográficos da língua portuguesa, siga a leitura e conheça as principais alterações.
Principais mudanças no acordo ortográfico da Língua Portuguesa
Algumas alterações do novo acordo ortográfico são:
- As letras K, W, Y começam a integrar o alfabeto português. Com essa alteração, nosso alfabeto passa a ter 26 letras ao invés de 23, e palavras como “quilo” passam a ser aceitas como “kilo”.
- A trema foi abolida da nossa escrita. Para quem já tinha se esquecido dela, a trema são os dois pontinhos em cima da letra “u” que indicavam que deveria ser pronunciado. Estava presente em palavras como “tranquilo”, que se escrevia “tranqüilo”, e “consequência”, que se grafava “conseqüência”.
- Algumas consoantes mudas também foram removidas das palavras. Essa mudança afeta mais o português de Portugal do que o brasileiro, que não tinha o costume de utilizá-las. Em encontros consonantais como cc, cç, pc, pç e pt, as letras que não são pronunciadas foram abolidas. Exemplo: aflição, se escrevia aflicção, antes de o c não pronunciado ser eliminado.
- O acento diferencial de paroxítonas com vogal tônica aberta ou fechada foi abolido, por exemplo, a palavra “para” era escrita “pára”, para sinalizar que se tratava do verbo.
Além dessas, há outras mudanças em relação a acentos e ao uso do hífen.
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