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Censo Escolar 2021 divulga dados sobre docentes e diretores da educação básica

Ativista paquistanesa escreve carta ao presidente do Senado, abordando a evasão escolar, essencialmente entre meninas

Informações do Censo Escolar 2021, publicados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no dia 31 de janeiro deste ano, evidenciam o contexto, no Brasil, no que tange à realidade de professores e diretores de escolas de educação básica. Um obstáculo apontado pelo Censo diz respeito à formação continuada de diretores em gestão escolar: um em cada 10 conta com alguma especialização. 

Além disso, também foi analisado o acesso à função de diretor. Nos municípios, 66,4% dos profissionais são indicados pela gestão. Já no estado, esse número cai para 23,9%. O Censo também mostra que 5,9% das pessoas que atuam em um cargo de direção enfrentam um processo seletivo qualificado e, posteriormente, são eleitas e nomeadas pela gestão local (da cidade). Em escolas estaduais, esse número é de 13,7%. 

Também é importante ressaltar que, quando o acesso é realizado por concurso público, percebe-se uma proximidade nos números das escolhas entre municípios (7,4%) e estados (7,8%), e o profissional assume a função após aprovação do certame. A primeira etapa do Censo contabilizou 2,2 milhões de docentes e 162.796 profissionais em cargos de direção. A maioria dos profissionais em cargo de gestão escolar é mulher (80,7%) e 89,5% contam com formação superior. 

Ganhadora do Nobel da Paz pede ações contra evasão escolar no território brasileiro

Ainda sobre educação, ressalta-se a importância de se investir em uma educação socioemocional. A ativista paquistanesa Malala Yousafzai, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz em 2014, enviou uma carta ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em que solicita a procura e a reinserção  eficiente de estudantes no Brasil, essencialmente meninas, que abandonaram a escola por conta de consequência sociais e econômicas da pandemia da Covid-19. O conteúdo da carta foi lido pela coordenadora-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação e membro da Rede de Ativistas pela Educação do Malala Fund no Brasil, Andressa Pellanda, em audiência pública, realizada no dia 21 de fevereiro deste ano, no Senado.  

Na carta, dentre outros assuntos, Malala ainda tece elogios acerca do desenvolvimento da política educacional do Brasil após as alterações no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Porém, a ativista salienta que a pandemia interrompeu esse progresso e fez com que estudantes abandonassem as  escolas, principalmente as meninas. “A pandemia de covid-19 reverteu muitas conquistas, com 10% dos alunos de 10 a 15 anos relatando que não retornarão às salas de aulas quando as escolas reabrirem. Pesquisas do Fundo Malala mostram que o aumento das taxas de pobreza, responsabilidades domésticas, trabalho infantil e gravidez na adolescência afetaram desproporcionalmente a capacidade das meninas de aprender durante a pandemia, impedindo o retorno delas à escola”, aponta Malala na carta ao Senado. A ativista foi convidada a integrar-se à audiência, mas não pôde comparecer.

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