Apenas os estados do Ceará e Espírito Santo tiveram queda na comercialização de produtos no mercado moveleiro no acumulado do ano; cinco unidades federativas ficaram acima da média nacional
Dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que o setor de móveis teve um crescimento nas vendas de quase 12% ao longo de 2020. Esses números colocam o segmento no primeiro lugar no ranking dos que mais apresentaram evolução durante o ano.
O mesmo relatório aponta que cinco estados brasileiros estiveram acima da média nacional no volume total de vendas de móveis: São Paulo (alta de 21,4%), Bahia (+18,4%), Paraná (+18,3%), Distrito Federal (+17%) e Rio de Janeiro (+15,3%). Na contramão, Ceará (-7,6%) e Espírito Santo (-6,0%) foram os únicos que apresentaram queda, enquanto o Rio Grande do Sul manteve praticamente o mesmo desempenho de 2019, com um tímido crescimento de 0,3%.
O que mais chama a atenção, no entanto, é que, após a forte retração do mercado no primeiro semestre devido à pandemia de covid-19, os últimos seis meses do ano foram de plena recuperação. Se de janeiro a maio as vendas no comércio varejista caíram 53,5%, a partir de junho, o volume de vendas do setor moveleiro atingiu índices recordes. Somente as transações on-line de móveis saltaram de 6% para 10% do total comercializado pelas diferentes modalidades de varejo.
O que ajuda a explicar esse desempenho é exatamente a quarentena estabelecida para conter os avanços na transmissão do novo coronavírus. Segundo a Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs), a mudança no comportamento do consumidor, que passou a ficar mais tempo dentro de casa, foi a causa central desse movimento no mercado.
É importante frisar que mesmo com todos esses números positivos, registrados principalmente na segunda parte de 2020, o setor ainda vem tentando recuperar as perdas do primeiro semestre. Isso reflete diretamente na falta de matéria-primeira e no aumento dos preços de insumos para produção. Nada disso, porém, foi suficiente para desaquecer a indústria e diminuir a demanda de produtos mobiliários.
Projeções para 2021 animam o segmento
Se a previsão da Ebit | Nielsen, empresa especializada em mensuração e análise do comércio eletrônico no Brasil, é de um crescimento de 26% nas vendas gerais no e-commerce nacional, as expectativas para o setor de móveis também são positivas para o ano de 2021.
De acordo com o Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindmóveis), a estimativa é de um salto real de 4% no segmento na região localizada no Sul do país. Se considerados os termos nominais, deixando de fora do cálculo o aumento de custos e da inflação, a projeção é ainda maior: cerca de 9%.
Além disso, especialistas já vislumbram um ganho de 10,34% no comércio varejista no primeiro trimestre do ano. De acordo com o Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (IBEVAR), os setores de móveis, eletrodomésticos, tecidos, vestuários, calçados e materiais de construção devem ser os maiores responsáveis por essa recuperação.
Subdividido em categorias, o segmento moveleiro vem ganhando força nas vendas nos últimos anos com as lojas de móveis para bebê. Com grande amplitude e demanda, esse mercado vem se expandindo e apresentando interessantes soluções para um quarto infantil, com produtos como berço funcional, kit berço e uma série de acessórios para pais e mães.
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