A indústria de óleo e gás, protagonista na produção mundial de energia, comprometeu-se com a transição energética para uma economia de baixo carbono
O investimento em inovação e tecnologia não compõe apenas o setor de energias alternativas. A indústria de óleo e gás também visa à adoção de técnicas de descarbonização das operações e de programas de transição energética, segundo o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), ao Jornal Valor, do Grupo Globo. Nesse sentido, a reinjeção de CO₂ nos reservatórios de petróleo objetiva evitar que o gás carbônico chegue à atmosfera.
Transição energética é impulsionada pela indústria de óleo e gás
Consoante a presidência do IBP, o processo de transição para fontes mais renováveis demanda tempo e investimentos, enquanto neste momento é preciso investir também em soberania energética:
“Todo mundo, no dia a dia, tem um componente ligado à indústria de óleo e gás. É um modelo de vida, e não por outro motivo, 85% da energia do mundo hoje vem dos combustíveis fósseis. É um desafio gigantesco fazer a transição energética e não vai acontecer do dia para a noite. Os países estão muito focados em como ficar soberanos energeticamente para não ficarem submetidos às vicissitudes do mercado internacional. Talvez, não exista indústria no mundo tão tecnológica como a de óleo e gás. Tirar petróleo do pré-sal é tão complicado como colocar o homem na Lua. Temos um papel na discussão da redução da emissão de gases e muito a contribuir nesse processo de transição energética.”
Ademais, a tecnologia envolvida na indústria de óleo e gás nacional colabora diretamente com a transição energética. O IBP cita o exemplo da energia gerada de forma eólica, dos ventos que sopram em alto mar: “noventa e cinco por cento do petróleo que se produz no Brasil é offshore. Condições de corrente, posicionamento dinâmico, regime de ventos, tudo já é mapeado pela indústria de óleo e gás. O conhecimento do ambiente em alto mar é muito forte no setor de óleo e gás e colabora muito nos projetos de energia eólica offshore.”
Com novas tecnologias, indústria do petróleo deve gerar cerca de 500 mil empregos
Conforme a Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo (Abespetro), estima-se que o setor de produção e exploração de petróleo e gás no Brasil deve alcançar 837 mil empregos até 2025, totalizando um aumento de 497 mil vagas. Atualmente, o setor emprega 340 mil pessoas em postos de trabalho espalhados pelo país.
Segundo a secretaria-executiva da Abespetro, as empresas já detectam o aumento da rotatividade pessoal, apontando para “algo típico dos momentos de aumento rápido da atividade”. O aumento da mão de obra demanda investimentos e serviços que atendam toda a indústria, de pintura industrial a softwares de automação.