Cerca de 40% das instituições públicas do país ainda não possuem um departamento especializado em 2022; dentre os municípios, 66% das capitais brasileiras monitoram o banco de dados
Uma pesquisa do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) revelou que, em cada dez órgãos federais e estaduais brasileiros, quatro não têm uma pessoa ou setor dedicado à proteção de dados.
Criado para monitorar a adoção de tecnologias de informação e comunicação no país, o Cetic.br descobriu que, dentre os três poderes do país, apenas o Judiciário possui 94% de suas instituições servidas de um departamento ou profissional para implantação da Lei Geral de Proteção de Dados.
O estudo levantou informações de 580 órgãos federais e estaduais e outras 3,5 mil prefeituras espalhadas por todo o território nacional. Dentre os municípios, constatou-se que cerca de 66% das capitais possuem uma área específica para monitoramento de banco de dados. Na contramão, nas demais cidades, o número despenca para menos da metade.
A situação é ainda pior dentre as localidades com menos de 500 mil habitantes, nas quais o patamar de ausência de lei ou regulamentação quanto à proteção de dados chega a 85%. Por sua vez, 55% dos órgãos de justiça do Brasil utilizam novas tecnologias e Inteligência Artificial para gestão de informações digitais.
A presença no ambiente virtual foi outro aspecto constatado pelo Cetic.br. Segundo o levantamento, 99% dos órgãos federais e 92% dos estaduais possuem contas em alguma rede social. Geralmente, a principal utilização dessas plataformas é para divulgação de serviços e campanhas, transmissões on-line e atendimento ao cidadão.
Já dentre as prefeituras, principalmente nas cidades do interior, é comum o uso dos aplicativos WhatsApp e Telegram para comunicação com a população. Mais baratos que outros recursos, esses programas dobraram, de 20% para quase 40%, o total de municípios brasileiros que atendidos.
O custo médio de uma violação de dados é de US$ 4,3 mi
Embora ainda não pareça ser uma preocupação dos órgãos brasileiros, a violação de dados pode causar prejuízos gigantescos. Segundo o relatório anual Cost of a Data Breach Report, da IBM Security, braço de segurança digital da gigante empresa norte-americana de informática, o roubo ou vazamento de informações atinge, hoje, o custo médio de US$ 4,35 milhões para as organizações.
Os valores correspondem à maior alta da história, com crescimento de quase 13% nos últimos dois anos. Por conta disso, 60% das empresas analisadas aumentaram os preços de seus produtos e serviços para compensar suas perdas.
Com base nesses números, o estudo constatou que apenas 43% das organizações ouvidas estão em fases iniciais ou sequer adotaram práticas de segurança na nuvem. O relatório, conduzido pelo Ponemon Institute e analisado pela IBM Security, considerou os casos de violação de dados em 550 organizações ao redor do mundo dentre os meses de março de 2021 e 2022.
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