Pandemia de Covid-19 causa a pior queda do PIB brasileiro desde 1996. Em contrapartida, o mercado digital ganha força
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil apresentou queda de 4,1% no ano de 2020, comparado ao ano de 2019. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no início de março deste ano.
O maior responsável por essa queda brusca foi a redução do fluxo do mercado econômico decorrente do isolamento social causado pela pandemia de Covid-19. Esse fato causa uma cisão no crescimento consecutivo dos últimos três anos (2017-2019), em que o PIB somou uma alta de 4,6%.
Resultado dos trimestres
Apesar de ser o pior cenário desde 1996, o quarto trimestre de 2020 apresentou uma leve recuperação em relação ao conjunto de riquezas que foram produzidas pelo país. O saldo foi positivo se comparado ao trimestre anterior, apresentando um aumento de 3,2%, mas apenas 1,1% em relação ao mesmo período de 2019. Os últimos três meses também tiveram um bom desempenho. Foi observado um aumento de 7,7% na economia em comparação ao período de abril a junho de 2020.
O auxílio emergencial aprovado no último ano, com valores de R$ 300 a R$ 600, foi um alívio para a economia do país, reduzindo o tombo que era esperado no começo da pandemia. Apesar disso, e do cenário positivo entre os trimestres do ano, o país não conseguiu escapar da queda apresentada pelo PIB. No total, o PIB brasileiro fechou em R$ 7,4 trilhões em 2020. Esse valor significa o conjunto total dos bens e serviços realizados no país.
O PIB per capita (por habitante), por sua vez, chegou a R$ 35.172 no último ano, caindo 4,8%, se comparado com 2019.
Queda no consumo e desempregos
A decorrente queda na economia do Brasil e o isolamento social também causaram uma retração nas ofertas de trabalho, gerando uma taxa de 14,6% de desempregos entre julho e setembro de 2020.
Os setores que mais sofreram foram o da construção (redução de 7%), o metalúrgico, de vestuário e automotivo (redução de 4,3%), o de exportações (redução de 1,8%) e o de importações (redução de 10%). O agronegócio, porém, cresceu 2% em comparação a 2019, sendo o único setor que avançou.
Ainda de acordo com o IBGE, a Covid-19 também causou uma redução de 4,5% no setor de serviços e 3,5% no setor industrial. Com o crescimento do desemprego, o consumo familiar apresentou o maior tombo em 24 anos, chegando a 5,5%. O consumo governamental também teve retração de 4,7%.
De acordo com a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, “o resultado é efeito da pandemia de Covid-19, quando diversas atividades econômicas foram parcial ou totalmente paralisadas para controle da disseminação do vírus. Mesmo quando começou a flexibilização do distanciamento social, muitas pessoas permaneceram receosas de consumir, principalmente, os serviços que podem provocar aglomeração”.
Investimento no ambiente digital e otimização de sites
Com a decorrente retração econômica brasileira, que afetou diversos setores, muitos brasileiros têm investido no e-commerce – comércio no ambiente digital – para se manterem ativos. O consumo por esse meio também aumentou graças ao isolamento social, que impossibilitou a circulação de pessoas.
De acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), em conjunto com a Neotrust, as vendas no ambiente digital apresentaram um aumento recorde no último ano, fazendo com que mais empresas aderissem ao universo on-line nos seus planos de vendas.
Segundo a ABComm, as vendas aumentaram 68% em relação ao ano de 2019, expandindo a participação do e-commerce no varejo para mais de 10%. A estimativa ainda mostra que 20,2 milhões de pessoas consumiram pela internet pela primeira vez.
Isso fez com que muitos comerciantes aderissem às estratégias de Marketing Digital – como otimização de sites – para serem vistos na internet. A estimativa da associação é que 150 mil empresas entraram no mundo digital.
Em relação à otimização de sites, por exemplo, o CEO da Consultoria Digital, Daniel Imamura, diz que os benefícios para as empresas podem proporcionar “uma maior visibilidade da marca, ganho de autoridade no mercado, maiores chances de vendas e redução nos investimentos em anúncios”.