Pesquisas apontam que a demanda por aplicativos de transporte, carona compartilhada e outros meios de locomoção alternativos cresceram durante a pandemia. O vale-mobilidade desponta como opção no plano de benefícios das empresas
A pandemia mudou profundamente diversos aspectos da vida das pessoas – desde como se relacionam até como fazem compras, por exemplo –, mas nenhum deles foi tão impactado quanto seus hábitos de transporte.
Com o aumento do home office, diversos setores da população deixaram de utilizar o transporte público, ou até mesmo seus próprios veículos, no deslocamento diário. O impacto desse novo comportamento pode ser observado na mobilidade urbana por meio de novas pesquisas do setor, que mostram como pessoas de diferentes situações econômicas reagiram à pandemia.
Estudo realizado pelo aplicativo de motoristas particulares, 99, mostra que o número de usuários cresceu entre pessoas de menor poder aquisitivo, enquanto diminuiu na parcela mais abastada da sociedade. O fenômeno pode ser observado em diversas capitais do Brasil, mas Belo Horizonte parece ser a maior impactada, com um aumento de 38% entre pessoas de renda menor e uma diminuição de 41% entre pessoas de renda maior.
Para Pâmela Vaiano, diretora de comunicação da 99, tal tendência tem uma explicação: “A população de baixa renda não teve a opção de fazer o isolamento desde o início da pandemia, ficando mais exposta e, por isso, busca alternativas de transporte mais seguras e com menos aglomerações”.
O transporte multimodal como resposta
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios da Covid-19, o número de brasileiros que saem de casa para trabalhar todos os dias já chega a 78 milhões. Apesar disso, a demanda pelo transporte público não cresceu como esperado.
De acordo com dados divulgados pela Moovit, plataforma de mobilidade urbana, a expectativa é de que a preferência pelo transporte público caia 15% durante os próximos seis meses. O uso de carros particulares e aplicativos de carona despontam como opções para profissionais que precisam chegar aos seus pontos de trabalho presencial.
Prévia de pesquisa sobre hábitos de transporte, promovida pelo Centro de Excelência BRT+, em conjunto com o WRI Brasil, também indica que o uso de meios de transporte alternativos – como a bicicleta, por exemplo – também se tornou mais popular entre profissionais de várias cidades do Brasil.
Vale-mobilidade: a resposta de empresas aos novos tempos
Com a mudança de hábitos de transporte e o aumento da demanda por meios alternativos de locomoção para o trabalho, as empresas começam a estudar soluções diferenciadas para garantir a segurança de seus profissionais. O vale-mobilidade é uma delas.
Essa solução de benefício flexível proporciona mais liberdade para que os colaboradores escolham a melhor maneira de deslocamento, podendo ser utilizada em pontos de recarga de bilhete de vale-transporte, aplicativos de mobilidade urbana – como os de carona ou de corridas particulares –, dentre outros serviços.
Brendway Santiago, Head de Growth da Flash Benefícios, popular empresa no ramo de benefícios flexíveis no Brasil, destaca os pontos fortes de uma estratégia de benefícios flexíveis: “Nesse contexto, os benefícios flexíveis são ideais para atender essas necessidades justamente por serem adaptáveis a qualquer realidade de trabalho e não se limitarem ao tradicional alimentação, refeição, transporte, mas por possibilitarem ao RH entregar outros tipos de benefícios para seus colaboradores, como serviços de mobilidade, por exemplo”.
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