Estudo mostra também que trabalho híbrido deve se manter em um contexto pós-pandemia de Covid-19
De acordo com pesquisa “Preferências do local de trabalho”, feita de 29 de outubro a 7 de novembro de 2021 por e-mail e desenvolvida pela Vagas.com – plataforma digital de empregos –, quatro em dez pessoas preferem o trabalho híbrido. A forma presencial corresponde a 32% e o remoto, a 26%.
“Desde que começou a ser implantado durante a pandemia, os trabalhadores foram percebendo que era possível aliar sua atividade profissional com outras de cunho pessoal. Essa flexibilidade despertou uma grande motivação para muita gente que jamais pensou que poderia ajustar agendas de acordo com a demanda”, apontou Ludmila Seki, especialista em marketing na Vagas.com.
A pesquisa contou com a participação de 11.601 candidatos da base de dados da Vagas.com. Os colaboradores, mesmo avaliando positivamente a flexibilidade, apontam que sentem falta do trabalho presencial – que pode acontecer com frequências semanais reduzidas por conta da interação com os colegas. “Essa nova forma de lidar com o trabalho veio para ficar e já é um diferencial competitivo das empresas como forma de atração e retenção de talentos”, disse. Ressalta-se que a flexibilização na rotina dos colaboradores pode ser realizada de diferentes outras formas, como, por exemplo, adotando benefícios flexíveis.
A pesquisa ainda aponta as razões centrais que fazem com que os colaboradores prefiram o trabalho híbrido. Manutenção do relacionamento presencial com outros colaboradores é a primeira delas (31%); flexibilidade para ajustar o trabalho e demais atividades domésticas (16,8%); evitar a locomoção até o trabalho (14%); mais tempo para outras atividades pessoais (8,8%); maior foco e concentração (7%); possibilidade de cuidar de filhos ou outros familiares em alguns dias (5,5%).
Além disso, a pesquisa também buscou conhecer a quantidade de dias semanas que seria ideal para os colaboradores trabalharem presencialmente. Entre as respostas, estavam três dias (41%), dois dias (33%), quatro dias (14%), um dia (5,6%) e outros (6,4%). Entre os respondentes que escolheram o regime presencial, as razões apontadas foram ter mais foco e concentração (37%), manter relações presenciais com demais colaboradores (32,6%), manter um ambiente alinhado para o trabalho (16,4%) e se ausentar do ambiente de casa (4,3%).
Entre aqueles que escolheram o trabalho remoto integralmente, as razões que apareceram foram trabalhar em empresas de qualquer lugar do Brasil e do mundo (27,5%), não se locomover até o lugar de trabalho (14%), cuidar dos filhos e família, tendo tempo para demais atividades (11,75% cada), ter flexibilidade para ajustar o trabalho e demais atividades domésticas (10,4%).
Trabalho híbrido e pós-pandemia
Segundo pesquisa feita em agosto de 2021 e divulgada no fim de novembro do mesmo ano pela consultoria BMQ, 80% das empresas consultadas disseram que o trabalho híbrido já é ou será instaurado pelos escritórios em um momento pós-pandemia de Covid-19, apontando que a razão central para a adoção do trabalho híbrido é a produtividade – 66,1% dos gestores apontaram que o rendimento dos colaboradores cresceu com o home office.
“De modo geral, as pessoas relatam que a experiência de trabalhar em casa foi muito positiva, algo impensável de se viabilizar nesta escala dois anos atrás. Há uma percepção de aumento de performance durante o trabalho remoto na pandemia, mas isso pode ter outras motivações além das já conhecidas flexibilidade de horários e proximidade da família”, aponta a pesquisa da BMI.