Residências representam 77,6% do consumo total da energia solar no Brasil; maio registra melhor resultado do ano quanto à potência instalada
O Brasil registra 1 milhão de sistemas de geração de energia solar – é o que revela o mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) divulgado no dia 23 de maio. O número corresponde a instalações em telhados, fachadas e pequenos terrenos, gerando uma potência de mais de 10,6 gigawatts (GW).
Outro dado relevante do levantamento da Absolar é que a capacidade instalada desse tipo de sistema nos próprios locais de consumo ou no seu entorno, com usinas de até 5 MW, representa hoje mais de 67% da potência produzida em todo o país, ultrapassando, inclusive, as grandes centrais de energia brasileiras.
A distribuição do uso desse recurso em território nacional, feita por meio de kits de energia solar, é liderada pelos consumidores residenciais, que utilizam 77,6% dos sistemas conectados à rede e 45,4% da potência gerada. Na sequência, os pequenos negócios de comércio e serviços são responsáveis pelo consumo de 12,5% das conexões e 32,3% da potência. Ainda aparecem entre os principais usuários da fonte as indústrias, empreendimentos rurais e serviços públicos.
Segundo a Absolar, estima-se que o valor investido no segmento pela iniciativa privada seja de aproximadamente R$ 57,4 bilhões nos últimos dez anos. Vale lembrar que em 2012 a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) regulamentou a atividade de geração distribuída no país.
A entidade prevê ainda que 2022 seja o melhor ano da energia solar brasileira desde então. Há a expectativa de dobrar os números de instalação de potência operacional em relação a 2021, ultrapassando os 17 GW. Esse crescimento seria impulsionado por dois fatores: o aumento das tarifas de energia elétrica, além da taxa da inflação, e a oficialização do marco regulatório do setor no Brasil.
Maio aponta acréscimo de 601,5 MW na matriz elétrica
Corroborando as projeções animadoras para o acumulado do ano no segmento de energia, o mês de maio registrou o melhor resultado de 2022 no que diz respeito à potência instalada. Segundo a Aneel, as usinas liberadas pela organização tiveram um aumento de 601,5 MW no consumo em todo o país.
Desse total, a distribuição de energia foi elencada da seguinte maneira: 387,2 MW em usinas termelétricas, 144 MW em plantas eólicas, 40,7 MW em empreendimentos fotovoltaicos e 29,5 MW em pequenas centrais hidrelétricas. De acordo com o levantamento da Aneel, os acréscimos foram registrados em oito estados brasileiros: Bahia, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Roraima e São Paulo.
Nos cinco primeiros meses do ano, a expansão de potência obtida somou cerca de 2.162 MW em 13 estados de quatro regiões do país. Juntos, a Bahia e o Rio Grande do Norte representam quase 44% (cerca de 950,1 MW) de toda a capacidade instalada no Brasil. O Sistema de Informações de Geração da Aneel indica que no período de janeiro a maio de 2022 foram produzidos 183.129,3 MW de potência no território nacional, sendo 83% impulsionados por fontes sustentáveis.
