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Levantamento aponta que 40% dos brasileiros começaram 2021 menos endividados

Dados da pesquisa apontam para a crescente maturidade financeira do brasileiro. Apesar disso, a maior parte dos entrevistados (87%) afirma ter ao menos uma dívida pendente no início de 2021. Faturas de cartão de crédito, contas de luz e parcelamentos em lojas são algumas das dívidas mais comuns

Um levantamento realizado pela empresa Acordo Certo – reconhecida plataforma de renegociação de dívidas que une empresas e compradores – evidencia números interessantes sobre a situação econômica dos brasileiros e as taxas de endividamento em 2021.

No total, 40% dos participantes afirmaram começar o novo ano com menos dívidas do que o ano anterior. Por outro lado, 28% relataram ter contraído mais dívidas em comparação com 2020. No entanto, para 32% dos participantes, o volume de dívidas é o mesmo. De todos os entrevistados, 87% afirmaram que começaram 2021 com ao menos uma dívida pendente. 

A pesquisa foi realizada entre os dias 7 e 18 de janeiro com mais de 1.500 usuários cadastrados na base de dados da Acordo Certo. Ao todo, 58% eram mulheres e 41%, homens. A faixa etária mais comum na amostragem era a de 35 aos 44 anos, respondendo por 33% do total. 

Além disso, 39% dos entrevistados possuem ensino médio completo. A média de pessoas por domicílio é 4. Entrevistados são, em sua maioria, trabalhadores de carteira assinada (38%), seguidos de autônomos (24%) e desempregados (17%). 

Economia e endividamento: perspectivas para 2021

De acordo com Thales Becker, executivo da Acordo Certo, “a pesquisa aponta nitidamente uma melhora no controle de gastos dos consumidores, ainda assim, a maioria (64%) não conseguiu regularizar todos os pagamentos”. 

O especialista ainda continua: “em um cenário de desemprego, somado ao fim do auxílio emergencial, os brasileiros precisarão continuar fazendo um grande esforço para poupar e cobrir os gastos que não param de chegar, um desafio e tanto para as poucas perspectivas de melhora econômica”.

Apesar da perspectiva incerta para a economia do Brasil em 2021, mais da metade (51%) dos entrevistados afirma acreditar que o ano trará uma melhora financeira. Enquanto isso, 47% deles afirmam que terão mais facilidade para pagar dívidas. Na contramão, 42% acreditam que haverá uma piora na economia.

Planejamento financeiro ainda é um problema para os brasileiros, com 56% dos entrevistados afirmando ter dificuldades para guardar dinheiro e 50% demonstrando dificuldades em planejar-se para o futuro. Esse, no entanto, é um problema generalizado. No total, 68% dos brasileiros afirmam ter perdido uma fonte de renda em 2020, ao passo que 49% deles afirmam ter aumentado os gastos domésticos e familiares.

Os tipos de conta em atraso mais comuns entre os entrevistados são a negociações de dívidas (44%); faturas de cartão de crédito (44%); contas de luz (37%); parcelamentos em lojas (31%); contas de telefone (29%) e contas de água (24%).

A inadimplência no Brasil

A “Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC)” registrou um aumento de 1,2% em janeiro de 2021 em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Apesar disso, José Roberto Tadros, presidente da instituição, explica que o aumento não necessariamente tem implicações negativas.

Economista responsável pela pesquisa alerta, no entanto, para a importância do crédito, sobretudo, em momentos difíceis para o Brasil: “com o fim do auxílio e o atraso no calendário de vacinação, as famílias de menor renda precisarão adotar maior rigor na organização do orçamento. Essa conjuntura faz o crédito ter papel ainda mais importante na recomposição da renda”.