A safra de 2023 está estimada em 296,2 milhões de toneladas de grãos, representando um aumento de 12,6% em relação à safra anterior
Apesar da estiagem no Rio Grande do Sul, a safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas deve aumentar 12,6%, em comparação com a do ano anterior, que, vale lembrar, já havia atingido o recorde da maior, já registrada na história.
De acordo com terceiro e último Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima-se que a produção da safra atual alcance 296,209 milhões de toneladas de grãos.
Não será apenas o volume de grãos que crescerá. O IBGE prevê que os produtores brasileiros deverão plantar 75,256 milhões de hectares este ano, representando um aumento de 2,7% considerando a área colhida em 2022.
Caso essa previsão se confirme, a agricultura ajudará a fomentar a economia neste ano. Segundo alguns economistas, o Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária em 2023 poderá apresentar o melhor desempenho desde 2017.
Na safra passada, a região Sul também sofreu com a estiagem, resultando em uma queda de 11,4% se comparado a 2021. Apesar disso, a produção foi recorde. Como a seca deste verão se concentra no Rio Grande do Sul, o IBGE prevê que a produção de soja terá destaque este ano, atingindo o recorde de 148,4 milhões de toneladas, um aumento de 24,1% em comparação com o ano passado. Nesse sentido, o Brasil se mantém como maior produtor mundial de soja.
A safra do milho também contribuirá com o recorde na produção total de 2023, assim como ocorreu ano passado. O IBGE projeta produção total de 116,4 milhões de toneladas de milho, 5,7% a mais, em relação a 2022.
Segundo Carlos Barradas, gerente do LSPA do IBGE, a seca que assola o Rio Grande do Sul não interfere significativamente na produção total do milho, pois grande parte da colheita ocorre na segunda safra, ou seja, no inverno.
Além da previsão do aumento da safra em 2023, o IBGE estima que haverá declínio de -3,4% na produção de arroz, -16,2% no trigo, -9,9% na segunda safra do feijão e -1,0% na terceira.
De qualquer modo, se até o inverno não surgirem novas condições climáticas que interfiram na produção de grãos, as cotações internacionais deverão permanecer em alta, assegurando mais uma safra recorde, afirma Barradas. Nesse sentido, recomenda-se que os produtores agrícolas permaneçam atentos ao clima e à movimentação das cotações internacionais através de pesquisas e site de notícias para estarem preparados para qualquer um dos cenários.
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