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Grande parte das empresas paga para ter dados de volta em ataques de ransomware

Estudo mostra que nem sempre o pagamento garante a recuperação das informações; Brasil lidera o número de casos na América do Sul

O mundo digital e as novas tecnologias vieram para simplificar a vida das pessoas, mas ao mesmo tempo trouxeram novos problemas para a sociedade moderna. Atualmente, vêm crescendo os casos de ataques virtuais por ransomware, fazendo com que muitas empresas considerem negociar com os criminosos para recuperarem seus dados violados.

Segundo informações recentes de um relatório global da empresa de segurança Veeam, mais de 75% das companhias que já sofreram esse tipo de crime digital aceitam pagar resgates para terem de volta o seu material de trabalho. Porém o que assusta é que, em 24% dos casos, o pagamento não garante a recuperação das informações perdidas, revela o estudo.

Para produzir a pesquisa, a Veeam contou com a ajuda de uma empresa independente especializada em levantamento de dados, que ouviu cerca de mil profissionais de altos cargos na área de tecnologia que já foram vítimas de sequestros digitais ao menos uma vez no último ano. Participaram representantes de organizações de diferentes portes, espalhadas em 16 países da Europa, Ásia, América e Oriente Médio.

Apesar de ser uma prática comum, o diretor de tecnologia da Veeam acredita que pagar criminosos para recuperar os dados perdidos não seja uma estratégia válida, principalmente, porque não há garantias de que as informações serão recuperadas. Isso sem contar os danos à reputação da marca e a perda de confiança dos clientes.

“O ransomware popularizou esse tipo de ataque e exige a participação de vários setores para potencializar a capacidade de resolver o problema sem que as empresas tenham que desembolsar altos valores pelo resgate. Pagar a cibercriminosos não é uma estratégia de proteção de dados”, explica o diretor.

O que é o ransomware?

Trata-se de um tipo de vírus virtual capaz de invadir sistemas, roubar todo o conteúdo existente e até excluir ou criptografar arquivos. Com esse material em mãos, os criminosos cobram um valor pelo resgate das informações, que pode muitas vezes atingir a casa dos milhões, dependendo do tamanho da empresa ou pessoa atacada. 

Brasil é o país da América do Sul que mais sofre com roubos de dados

Um outro estudo, dessa vez elaborado pela empresa especializada em segurança da informação Syhunt, aponta o Brasil como um dos países que mais registram casos de ataques por ransomware no mundo, aparecendo na oitava posição do ranking global e na liderança da lista na América do Sul. Os Estados Unidos são a maior vítima de roubos e vazamentos de dados na internet no planeta.

Suspeita-se, por exemplo, que a técnica ilícita tenha sido utilizada contra o Ministério da Saúde em dezembro de 2021, quando a página do Conecte SUS, conhecida por armazenar dados de toda a população brasileira, como vacinas e históricos médicos, ficou fora do ar por quase duas semanas. Na ocasião, um grupo de hackers assumiu a autoria do crime, tendo, segundo eles, copiado e deletado cerca de 50 TB de informações do site. Nunca houve relatos de pagamentos ou pedidos de resgate por parte do Governo Federal.

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