Durante a pandemia, muitos jovens brasileiros começaram a se interessar e a naturalizar a ideia de estudar fora do país
Jovens brasileiros, há muito tempo, flertam com a ideia de estudar no exterior. Além de ser uma ótima oportunidade para aprender um novo idioma e trazer um diploma do exterior, existem experiências de liberdade que essa aventura pode propiciar.
Durante a pandemia da Covid-19, com o isolamento, muitos jovens enxergaram oportunidades para que esses desejos se tornassem realidade e realizaram cursos on-line em instituições estrangeiras. Assim, puderam vivenciar a experiência como se estivessem em uma turma fora do país, o que fez com que as próprias universidades incentivassem a matrícula de estrangeiros quando as aulas voltaram a ser presenciais.
Como resultado, segundo matéria publicada no site da revista Veja, as inscrições de brasileiros na Common Application, que é um sistema de admissão utilizado por 900 instituições americanas, aumentaram 41% em 2020, número que continua aumentando. Enquanto jovens brasileiros naturalizam a ideia de morar fora, as universidades menos famosas e mais acessíveis, porém que oferecem ensino de qualidade, estão felizes em recebê-los.
Ainda conforme a reportagem da Veja, houve uma queda no número de alunos nas universidades americanas para o ano escolar que iniciou em setembro – 603 mil –, e preencher essas vagas com estudantes estrangeiros é uma boa opção. Muitas dessas instituições pararam de exigir a aprovação no Scholastic Aptitude Test – Teste de Aptidão Escolar, em português – (SAT), o que facilita o ingresso para estudantes de outras nacionalidades.
Além de alunos pleiteando graduação no exterior, existem também os candidatos à pós-graduação: aqueles que conquistaram seu diploma no Brasil e gostariam de continuar seus estudos em outro país. Muitos estudantes usam a pós-graduação como uma forma de se mudar definitivamente e iniciar uma carreira fora do país.
O processo para cursar a pós-graduação no exterior tende a iniciar com a busca de uma agência de intercâmbio. Conforme reportagem divulgada pelo site Terra, a Student Travel Bureau (STB) registrou um aumento de 25% a 30% na procura desde 2018, que se manteve durante a pandemia.
As qualificações exigidas pelas instituições costumam ser exigentes. Uma forma de estar bem preparado é buscar instituições que ofereçam o pre-masters programme, um tipo de programa preparatório para que o estudante consiga se ambientar no curso pretendido, aprender as terminologias, a escrita acadêmica e preencher as lacunas entre sua graduação no Brasil e a forma de estudo oferecida pelo país escolhido.
As pessoas que pretendem cursar pós-graduação no exterior, com a intenção de retornar ao Brasil, precisam ter em mente que os diplomas emitidos em universidades estrangeiras não são automaticamente válidos.
Então, é importante que o estudante interessado em uma pós estrangeira pesquise universidades brasileiras que oferecem o mesmo curso e se informe sobre a possibilidade de reconhecimento do diploma internacional.
Outra informação a se atentar é se o curso escolhido no exterior exigirá um trabalho de conclusão. A produção de um trabalho de conclusão, como uma tese ou dissertação, é essencial para que a pós tenha reconhecimento em solo brasileiro. Programas estrangeiros que não ofereçam esse tipo de projeto, provavelmente, não terão seus diplomas reconhecidos aqui.
Também é necessário apresentar os documentos que comprovem a graduação feita no Brasil, como o histórico acadêmico e o diploma, com tradução juramentada. Boas cartas de recomendação, um currículo bem-estruturado e um portfólio também são boas dicas.
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