Miopia

Casos de miopia em crianças aumentaram durante a pandemia da Covid-19

Especialistas alegam que redução no tempo de exposição a telas pode ser benéfico para crianças míopes

Segundo levantamento do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), pelo portal Revista Crescer, sete em cada 10 médicos afirmam que houve um aumento nos casos e severidade de miopia em crianças durante a pandemia da Covid-19. A Academia Americana de Oftalmologia ainda ressalta que 50% da população poderá ser acometida pela doença até 2050. 

Os pesquisadores da CBO realizaram entrevistas com 295 oftalmologistas, com várias subespecialidades, como córnea e pediatria, dentre os meses de abril e junho de 2021. Desse número, 75,6% afirmam que o crescimento da utilização de dispositivos eletrônicos deixou o quadro de miopia mais grave. Além disso, 98,6% dos profissionais alegam que a diminuição no tempo de exposição a telas de dispositivos eletrônicos pode ser benéfico para crianças míopes. 

A orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é de que seja evitada essa exposição para crianças menores de dois anos, mesmo que passivamente. O limite para crianças entre dois e cinco anos é de uma hora de tela, sob supervisão. Entre seis e 10 anos, não deve ultrapassar duas horas, sob supervisão. Além disso, 96,3% dos especialistas consideram que o aumento de atividades ao ar livre pode ajudar na redução dos graus de miopia em crianças. Em relação ao tempo ideal em atividades externas, 43,2% recomendaram pelo menos duas horas diárias; 31% consideram, ao menos, uma hora diária adequada; 10%, pelo menos quatro horas ao dia. 

Exame prevê miopia em crianças

Ainda sobre saúde ocular e miopia e a utilização de óculos de grau masculinos, por exemplo, segundo um estudo publicado no Investigative Ophthalmology & Visual Science (IOVS), pelo portal Paranashop, é identificado em novos míopes, anos antes de alterações na refração, aumento axial de 0,36 mm/ano, ante 0,14 mm, dentre os que não possuem dificuldades na visão. A pesquisa foi feita com 1302 crianças, em Cingapura, submetidas a medidas de refração e biometria, com acompanhamento de três a seis anos. Dentre os participantes, 509 eram míopes desde o começo do levantamento, 409 emetropes e 303 ficaram míopes durante a pesquisa. 

O estudo é realizado em um contexto em que a grande quantidade de atividades on-line é um dos fatores de risco para contrair miopia. Além disso, conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), a prevalência da população com miopia alta, acima de 6 graus, deve aumentar cinco vezes em 30 anos.