Questão financeira dos estudantes ainda é um impeditivo
Segundo a pesquisa “Observatório da Educação Superior, 5ª edição: perspectivas para 2022”, realizada entre os dias 14 e 16 de novembro deste ano e divulgada no dia 23 do mesmo mês, pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) e pela Educa Insights, o interesse em ingressar no ensino superior aumentou novamente, motivado pelo número maior de adultos vacinados contra a Covid-19 e pela confiança nas estratégias sanitárias assumidas pelas instituições de ensino superior.
De acordo com a pesquisa, em que foram consultados 1.043 homens e mulheres – alunos em potencial de cursos presenciais e a distância de escolas particulares de ensino superior, em todas as regiões do Brasil –, 63% dos entrevistados não desejam mais postergar a graduação e querem adiantar o começo da faculdade para o primeiro semestre do próximo ano. O número é 25 pontos percentuais acima do que foi apresentado em novembro de 2020, momento em que apenas 38% das pessoas pretendiam realizar matrícula nesse período do ano.
O formato remoto, com hibridismo pedagógico entre encontros presenciais e virtuais, também atraiu a atenção das pessoas. Entre os entrevistados, o consenso é de que apenas 45% da carga horária das graduações deve ser destinada às aulas presenciais no modelo já conhecido.
O restante desse montante deve ser realizado remotamente (16%), por conteúdos digitais (16%) e em trabalhos em comunidades e empresas (23%). Dentre os respondentes que optarem por cursos na modalidade a distância, 67% desejam iniciar de imediato; e 13%, na metade de 2022. Em relação aos cursos presenciais, 63% querem ingressar no próximo semestre; e 14%, no segundo semestre.
Preparo pós-pandemia e questões financeiras
De acordo com o presidente da ABMES, Celso Niskier, a pesquisa científica identifica o aumento da confiança dos alunos em adentrarem na graduação com a expansão das campanhas de vacinação e o retrocesso da pandemia no país. Niskier ainda afirma que as instituições de ensino precisam se preparar para recepcionar os alunos após a pandemia e, também, após a experiência com o ensino remoto, predominante em cursos on-line.
“Ficou bem claro que o futuro do ensino é híbrido e que os jovens querem o melhor dos dois mundos. Está nas mãos das instituições esse desejo de combinar as atividades híbridas e presenciais. Esses candidatos procuram universidades que oferecem programas flexíveis, que combinam presencial com remoto, com trabalhos práticos. As que souberem oferecer esse modelo híbrido terão maior chance de captação”, salienta. Niskier ainda reforça que, mesmo com a procura por cursos de graduação no próximo ano, o principal impedimento é o financeiro.
Além disso, segundo o fundador e diretor da Educa Insights, Daniel Infante, os resultados confirmam o primeiro passo para o retorno à matrícula. “Esse é o primeiro passo e tem uma série de desdobramentos necessários para que a intenção se transforme em ingresso, como o momento da economia, que impacta diretamente na renda das famílias”, diz.
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