Após a maior queda em dez anos, país registra crescimento de 30% nos investimentos diretos de companhias internacionais
Após um ano complicado devido à crise causada pela pandemia de Covid-19, o Brasil vê crescer novamente o interesse de grandes empresas multinacionais em investirem no país. Nos últimos meses, um número significativo de companhias estrangeiras vem anunciando com frequência a retomada ou novos projetos de expansão, compras e aportes financeiros no mercado nacional.
Esse movimento vem gerando boas perspectivas para o Brasil, que, em 2020, atingiu o pior nível de investimentos diretos internacionais nos últimos dez anos. Com o início da vacinação e uma ligeira melhora na economia, o país registrou entre janeiro e maio deste ano um crescimento anual de 30% nesse tipo de aporte financeiro procedente do exterior.
Em valores, foram injetados cerca de US$ 22,5 bilhões em aplicações estrangeiras no período, segundo o Banco Central. Nos cinco primeiros meses do ano passado, a quantia total registrada pelo indicador de Investimento Direto no País (IDP) foi de US$ 17,3 bilhões. Já em 2019, último ano antes da descoberta do novo coronavírus, esse valor chegou aos US$ 26,1 bilhões.
Ao longo de 2020, o montante de IDP foi de US$ 34,2 bilhões, o equivalente a 2,38% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Para efeito de comparação, o ano anterior registrou a entrada de US$ 69,2 bilhões, representando 3,68% do PIB nacional. Ao considerar o intervalo de 12 meses entre maio de 2020 e 2021, os investimentos diretos somaram US$ 39,3 bilhões (2,6% do PIB).
Apesar de o percentual de representação no PIB ainda estar abaixo do registrado nos anos que antecederam a pandemia, especialistas apontam que atualmente as condições são vantajosas para as empresas que desejam entrar no Brasil. Isso porque os custos estão relativamente baixos pela desvalorização do real no mercado, tornando-se um ambiente favorável para a chegada de empresas multinacionais que procuram por aportes produtivos em menor tempo.
Brasil volta a ficar entre os mais bem avaliados em ranking global
Diante de todo esse cenário promissor, o Brasil voltou a figurar entre os 25 países mais confiáveis para o Investimento Estrangeiro Direto (IED). É o que revela a consultoria norte-americana A.T. Kearney que, em seu último levantamento divulgado em junho deste ano, colocou o Brasil na 22ª colocação, aparecendo pela primeira vez na lista depois de um ano ausente, com a pontuação de 1,65 (numa escala de 1 a 3).
Dessa forma, o país é a única nação a representar a América Latina no ranking de 2020. Entre os maiores destaques, os Estados Unidos aparecem pelo oitavo ano consecutivo na liderança, com 2,26 pontos, seguidos por Canadá (2,20) e Alemanha (2,15), que completam o pódio. O restante do top dez é composto por Japão, França, Reino Unido, Austrália, China, Itália e Suíça.
A importância do inglês no mercado atual
Com a chegada (ou retorno) de grandes empresas multinacionais ao Brasil, cresce a necessidade de contratações qualificadas no mercado interno. Por isso, cada vez mais é exigido dos candidatos um nível considerável de fluência em inglês para negociações, troca de informações e tradução de documentos e e-mails com as sedes estrangeiras ou parceiros da companhia em questão. Dessa forma, para se destacar no processo seletivo, o domínio do idioma estrangeiro se tornou ainda mais fundamental.