Ataques virtuais cresceram na pandemia e transformaram o Brasil no terceiro país mais atingido no mundo
Um estudo da empresa norte-americana Akamai, especializada em tecnologia, revelou que em 2020 houve cerca de 1,6 bilhão de casos de roubo de dados pessoais na internet do Brasil. Com isso, o país ocupa o terceiro lugar na lista das nações que mais sofreram com ataques e invasões de credenciais no mundo no último ano.
Prática preferida de cibercriminosos, a coleta ilegal de informações de usuários on-line aumentou ainda mais na pandemia, uma vez que o uso da rede foi potencializado durante a quarentena em todo o mundo. Segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o consumo digital subiu de 40% a 50% em 2020. Pelo mundo, o tráfego virtual teve um salto de 30% em um único mês ao longo do ano passado, aponta a Akamai.
Com todo esse aumento das atividades on-line, foram detectadas mais de três bilhões de tentativas de ataques virtuais no país em 2020, sendo 1,6 bilhão das ocorrências originadas no próprio território nacional. No mês de dezembro, em apenas 24 horas, foram realizadas mais de 55 milhões de investidas ilícitas, número recorde para um só dia. Por outro lado, já antigo alvo de bandidos, os serviços financeiros registraram pico de 1,1 milhão de tentativas de roubo de dados em um único dia ao longo do ano.
De acordo com especialistas, alguns setores, como o bancário, possuem hoje soluções tecnológicas mais avançadas para combater ações criminosas, o que deve servir como modelo para companhias de todos os portes e segmentos, visando oferecer maior segurança ao consumidor. Por sua vez, os clientes devem proteger suas senhas, evitar compartilhar dados pessoais e optar pelas verificações em duas etapas para se proteger.
Como são feitos os roubos
Dentre as ações mais comuns para esse tipo de crime, estão os ataques provenientes de vírus tradicionais, malwares (programas maliciosos) e phishing (fraude que visa enganar usuários para roubar informações pessoais). Conforme o relatório sobre crimes cibernéticos “Norton: o impacto humano”, publicado em 2020, países como China, Brasil e Nova Zelândia têm 65%, 62% e 61% dos computadores infectados, respectivamente.
Bastante criativos, os bandidos são capazes de operar ataques das mais diversas maneiras, como gerar links falsos de desconto em lojas e restaurantes e clonar lives para arrecadar doações. Tais ações fizeram crescer de 2,2 mil para quase 921 mil (aumento de 41.000%) os sites suspeitos por utilizarem a Covid-19 como isca para golpes no Brasil. Além disso, muitas quadrilhas têm surpreendido vítimas a partir do roubo de perfis em redes sociais e das fraudes de cartão de crédito.
Como se proteger
Cada vez mais suscetíveis às investidas criminosas, os usuários muitas vezes nem sabem quando estão sujeitos a um ataque. Para evitar roubos de dados e invasões, especialistas indicam algumas medidas de precaução, como o cuidado ao receber mensagens suspeitas, realizar cadastros em sites não confiáveis, armazenar senhas e informações pessoais em dispositivos, entre outras.
Conferir sempre se o site é seguro (normalmente a página oficial de lojas e marcas possui um ícone de verificação, seja na web ou redes sociais); usar senhas fortes mesclando letras, números e caracteres especiais, sem nunca incluir informações pessoais; não repetir a mesma senha em mais de um canal; utilizar verificação em duas etapas em todos os aplicativos, sites e e-mails; e desconfiar de mensagens e e-mails estranhos, principalmente aqueles que pedem o envio/confirmação de dados ou pagamentos, são ainda algumas ações que podem proteger o usuário.
Uma alternativa interessante para quem atua no meio corporativo é contar com os serviços de companhias especializadas em soluções de dados. Além de oferecerem uma gestão inteligente de informações, empresas do ramo atuam com sistemas antifraude, localização de pessoas para cobrança de dívidas e uma série de recursos para armazenar dados e melhorar a comunicação com clientes.