Projeto tem como objetivo analisar a capacidade de transmissão do vírus pelos animais; até o momento, nenhum pet apresentou sinais clínicos da doença.
Pouco se sabe ainda sobre a contaminação de covid-19 em pets. Mas, a fim de desvendar esses mistérios e entender o comportamento dos animais domésticos e seu poder de contágio do novo coronavírus, pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) lançaram o projeto “PetCovid”, que visa diagnosticar a doença em cães e gatos e mapear as possibilidades de transmissão do vírus para os seres humanos.
Apesar das muitas incertezas que cercam o assunto, é fato conhecido por especialistas que muitos animais servem como “reservatórios” de vírus, dando-lhes o poder de desenvolver ou não certas doenças e, até mesmo, contagiar as pessoas. No caso da covid-19, os resultados obtidos por pesquisadores no Brasil e no mundo mostram que o risco de transmissão de animais para seres humanos é baixo.
Nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) não encontrou evidências significativas de que animais disseminam o vírus para os seres humanos. O órgão, no entanto, alerta para medidas preventivas, a fim de manter a segurança de pessoas e pets, como evitar o contato de pacientes infectados com os bichinhos e limitar o contato deles com outros animais e pessoas desconhecidas.
Pesquisa na UFMS
Procurando sanar todas as dúvidas e trazer dados mais concretos, os pesquisadores da universidade sul-mato-grossense coletarão amostras de cães e gatos para avaliar se os pets desenvolveram algum sintoma de covid-19, apresentaram anticorpos, sinais de isolamento do vírus em seu organismo ou se podem transmitir a doença para humanos.
O projeto “PetCovid” pretende analisar pelo menos 100 animais cujos donos possuem o vírus, pois é a partir dos seres humanos que os pets se contaminam. Até o início do projeto, apenas um caso de infecção pelo novo coronavírus em animais foi registrado em todo o Brasil. Trata-se de uma gata, na cidade de Cuiabá (MT).
Vale lembrar que todos os procedimentos serão feitos nas casas dos próprios voluntários. Segundo a coordenadora da pesquisa, a coleta é feita com um cotonete que é passado na boca do animal. Duas semanas após colher a primeira amostra, uma segunda é realizada para identificar se houve contaminação e criação de anticorpos pelo pet.
Caso o animal apresente um teste positivo para o vírus, os cuidados devem ser os mesmos do que com os humanos, como o uso de máscara e distanciamento social. É importante frisar que, até o momento, nenhum caso confirmado de covid-19 em pet apresentou sinais clínicos da doença, mas, em alguns animais, foram constatadas disfunções respiratórias e gastrointestinais.
Independentemente do surgimento de sintomas ou não, especialistas recomendam que pessoas infectadas pelo novo coronavírus submetam seus bichinhos a um acompanhamento profissional para analisar se houve transmissão de covid-19 para o pet. Dessa forma, hospitais veterinários 24 horas estão preparados para atender casos específicos e contam com estrutura e médicos especializados para tratar qualquer problema.