Dados também mostram que apenas 35% das vítimas foram capazes de reaver todo o valor perdido no golpe
Durante os últimos meses, o número de compradores em lojas virtuais cresceu consideravelmente no Brasil. De acordo com dados divulgados pela Neotrust, foram realizadas 78,5 milhões de compras on-line durante o primeiro trimestre de 2021, um número 57,4% maior do que o registrado no mesmo período de 2020.
O que é uma boa notícia para o mercado pode não ser tão animador assim para os consumidores. Junto com o aumento do consumo, pode-se observar também o crescimento das taxas de fraudes financeiras na internet. Segundo dados divulgados pelo Serasa e o Instituto Locomotiva, cerca de 60 milhões de brasileiros já foram vítimas de algum tipo de golpe financeiro pela internet.
E, de acordo com especialistas da área, boa parte das vítimas não chegam a registrar uma ocorrência em delegacia devido à certeza da impunidade. Francisco Gomes Júnior, especialista em Direito Digital, explica: “um ponto a se destacar é que muitas pessoas que sofrem golpes não tomam nenhuma providência e ficam no prejuízo, achando que denunciar não dá resultados. […] É muito importante estar atento a todos os detalhes. Nossos dados têm cada vez um valor maior no mercado”.
A pesquisa pontua, ainda, que 36% dos entrevistados afirmam não ter tomado nenhuma medida formal contra os criminosos. Dentre aqueles que buscaram a justiça, apenas 35% conseguiram reaver a quantia perdida de maneira integral.
Como evitar cair em golpes?
O advogado alerta para a sofisticação dos golpes atuais: “antigamente, quando as pessoas tinham os documentos roubados, era necessário ir até a delegacia para registrar um boletim de ocorrência e lidar com os golpes em bancos, cheques roubados, etc. Hoje em dia, bastam os dados pessoais para que golpes sejam praticados digitalmente, sem nenhum contato com a vítima. Portanto, todo cuidado é pouco”.
Especialistas apontam que pedidos de doações de desconhecidos e ofertas com valores muito abaixo dos praticados pelo mercado devem inspirar desconfiança. Em sites fraudulentos, dados sensíveis, como RG, CPF e até mesmo informações bancárias, estão em risco.
Por isso, os consumidores precisam fazer uma extensa pesquisa sobre a reputação de uma empresa antes de realizar uma transação. Analisar a opinião de outros compradores pode ser uma boa fonte de informações nesse processo.
Qual é o papel das empresas na prevenção desse problema?
Ainda que o consumidor possa tomar algumas precauções para evitar ser vítima de uma fraude financeira na internet, empresas também podem tomar certas medidas para proteger aqueles que utilizam seus sites. Os sistemas antifraude são ferramentas efetivas nesse processo.
A implementação de um quiz antifraude, por exemplo, pode ajudar empresas a oferecerem uma experiência mais estável e segura, aumentando a credibilidade de seu site entre possíveis compradores.
Além de evitar a fraude financeira na internet, esses sistemas permitem que empresas criem um banco de dados mais preciso, com informações atualizadas e de qualidade. Isso também permite que fraudes sejam detectadas com mais facilidade, já que o sistema poderá cruzar dados por meio de um histórico de transações legítimas.