Lojas como Alibabba e Amazon apresentaram grande crescimento no período. Enquanto isso, empresas de serviços de viagens e hospedagens viram suas conversões diminuírem
Dados divulgados pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) apontam para o aumento da participação do e-commerce nas vendas de varejo, respondendo por 19% do total em 2020, um crescimento expressivo em comparação com 2019, quando a taxa era de 16%.
No total, lojas on-line arrecadaram US$ 26,7 trilhões durante o ano passado, um marco histórico para o setor. Esse crescimento é corroborado por diversas pesquisas de mercado, que registram crescimento em diversos países. Ainda de acordo com a pesquisa da Unctad, a Coreia do Sul é o país com maior crescimento, indo de 20,8% em 2019 para 25,9% em 2020.
Rolf Traeger, chefe da Seção dos Países Menos Avançados da Unctad, explica com mais detalhes alguns dos achados do relatório: “enquanto o comércio de varejo físico teve, nas principais economias, uma retração de quase 1%, por causa do lockdown, isso esteve em forte contraste com o que aconteceu com o comércio eletrônico. Enquanto o comércio físico caiu 1%, o comércio eletrônico, entre empresas e consumidores, aumentou 22%. No ano passado, em 2020, o comércio eletrônico entre empresas e consumidores chegou a representar quase um quarto do comércio varejista total, em países como China, Coreia e Grã-Bretanha”.
Diferentes setores, diferentes crescimentos
O especialista destaca, no entanto, que o crescimento não foi homogêneo para todos os setores. Para Traeger, a tendência de crescimento acompanhou as empresas que se dedicaram exclusivamente ao comércio eletrônico. Empresas chinesas, como a Alibabba, a JD.com e a Pinduoduo, tornaram-se grandes potências no setor. No Ocidente, a gigante Amazon, dos Estados Unidos, também passou por considerável expansão.
Inevitavelmente, empresas relacionadas aos setores de turismo e transporte puderam observar uma queda em suas conversões. Algumas das empresas afetadas foram a Uber, Expedia – que caiu do 5º lugar de maiores empresas em 2019 para o 11º em 2020 – e o Airbnb.
O Volume Bruto de Mercadorias, que é uma métrica específica dos e-commerces, aumentou em 20,5% durante o ano de 2020. Esse é um fator que ajuda empresas de comércio eletrônico a calcularem receita em intervalos de tempo específicos. O relatório da Unctad aponta, ainda, para o expressivo crescimento de empresas como a Shopify (95,6%) e Walmart (72,4%).
Surgimento de novos e-commerces
De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), surgiram 80 mil novas lojas virtuais apenas em março de 2020. Especialistas apontam que essa tendência abriu espaço também para a expansão de lojas para nichos específicos de mercado, como loja de cueca para o público masculino, por exemplo.
Dados ainda apontam que muitos consumidores realizaram a sua primeira compra on-line durante esse período, incitando o mercado a investir em ferramentas e estratégias para manter o seu negócio mais atrativo mesmo em meio ao crescimento dos concorrentes.