Soluções digitais devem permanecer mesmo após a pandemia de Covid-19
De acordo com a pesquisa “Coronavírus e Educação Superior: o que pensam os alunos”, feita pela Educa Insights em conjunto com a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), 46% dos entrevistados apontaram ter interesse no ensino a distância (EAD). Isso mostra que a pandemia causou mudanças no sistema educacional, que, ao certo, não terá as mesmas implicações pré-pandemia.
A pesquisa ainda aponta que esse número de interessados no EAD está incluso nos 38% que queriam começar um curso de graduação no primeiro semestre deste ano, apesar da pandemia de Covid-19. “A pandemia acelerou o que já estava acontecendo anos anteriores, o crescimento do uso da tecnologia como meio de aprendizagem”, afirma o diretor executivo da ABMES, Sólon Caldas.
O estudo foi produzido em novembro do ano passado. Em sua quinta etapa, 1.102 pessoas foram reunidas, contando com mulheres e homens entre 17 a 50 anos de várias partes do país, que desejam entrar em cursos presenciais e EAD ao longo de 18 meses.
Segundo o Censo da Educação Superior de 2019, as instituições de ensino privadas do Brasil eram responsáveis por 94,9% da oferta de educação superior no território nacional. Nesse número, estão incluídas as modalidades presenciais e a distância.
“O número de ingressantes em cursos a distância tem crescido e deve ultrapassar o presencial no próximo ano, como tem sido percebido no Censo da Educação Superior, realizado pelo Ministério da Educação, e as pesquisas aplicadas pela Educa Insights e divulgadas pela ABMES. A maior mudança é da mentalidade de professores, gestores e alunos ao compreender, por meio do ensino remoto, que a tecnologia é uma aliada da educação de qualidade”, aponta Caldas.
Facilidades digitais devem permanecer
Mesmo após as condições sanitárias estarem resolvidas, o cenário futuro deve continuar contando com as soluções oferecidas pelo digital, em conjunto com os benefícios trazidos pelo contato presencial. “O ensino híbrido é a tendência mais natural da educação daqui por diante, e as instituições de ensino superior particulares estão investindo nessa bandeira”, relata Sólon Caldas. Segundo ele, ainda precisam ser cumpridas certas etapas para que essa forma de ensino seja posta em prática.
“Será necessário fazer alterações na legislação e na regulamentação junto ao Ministério da Educação. Também será importante um trabalho de conscientização de que a educação acontece de qualquer lugar, assim como hoje o trabalho é realizado de qualquer lugar. Algumas atividades acadêmicas exigem a presencialidade, outras não. É nesse caminho que a educação superior vai seguir”, finaliza.
Carreiras mais procuradas para EAD em 2021
De acordo com o Guia das Carreiras, algumas profissões se destacaram na procura pelo ensino a distância neste ano. Na área da saúde, há Biomedicina, Farmácia e Medicina; na engenharia, destacam-se os cursos de Bioprocessos, Bioquímica e Engenharia Biomédica. No segmento de tecnologia da informação, destacam-se os cursos de Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Segurança da Informação. Por fim, em finanças, estão os cursos de Ciências Contábeis, Gestão Financeira e Administração. Ressalta-se também a importância de investir em educação financeira.