Em 2020, 18.892 pessoas morreram por conta de câncer de cólon e reto
Segundo pesquisa feita pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed) e pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), disponibilizada pelo portal IstoÉ, a pandemia da Covid-19 diminuiu em cerca de 1 milhão a quantidade de exames destinados à detecção de câncer de intestino ou colorretal. Deixaram de ser realizados 732 mil exames de sangue oculto nas fezes e 263,8 mil de colonoscopia “Esses exames não sendo feitos significa que esses pacientes não estão sendo diagnosticados”, alerta a especialista em medicina colonoscopista.
A especialista informou à Agência Brasil que, em 2020, 18.892 pessoas vieram a óbito por conta de câncer de cólon e reto, um crescimento de 38% em quase uma década. A quantidade de internações que vinha aumentando, em média, 7% ao ano até 2019, diminuiu a partir de 2020, momento em que foram realizadas 9,4 mil internações a menos para o tratamento desse câncer. No ano passado, a o número aumentou para 13,4 mil tratamentos que não foram feitos. “O impacto é grande porque nós estamos vendo aí um aumento da mortalidade e os pacientes chegando em estágios mais avançados da doença, quando a possibilidade de cura é bem menor”, diz a especialista.
Conforme o presidente da Sobed, mesmo sendo um procedimento simples, a quantidade de exames que investigam a presença de sangue nas fezes é insuficiente no país.
“Embora tenha aumentado o número de solicitações ao longo da última década, o volume ainda está aquém do adequado, se considerada toda a população brasileira dentro da faixa etária elegível ao rastreio”, salienta.
De 2011 até o ano passado, foram feitos 12,5 milhões desse exame no país.
Diagnóstico de câncer colorretal apresenta queda de 47% e retoma patamar de 2017
Ainda sobre diagnóstico e prevenção de câncer, o que envolve lactobacilos, por exemplo, segundo Sistema Único de Saúde (SUS), com dados coletados pela equipe do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, houve uma queda de 47% na quantidade de diagnósticos de câncer colorretal feitos no ano passado ante 2020. Na ocasião, ocorreram 17.983 casos identificados, sendo o menor patamar do SUS nos últimos quatro anos.
Esse tipo de câncer envolve a presença de tumores malignos em órgãos do sistema digestivo.
“A redução do número de casos novos é uma consequência direta da diminuição do número dos exames de rastreio executados no período e gera um prejuízo direto nas chances de cura, uma vez que propicia risco de diagnóstico de tumores em fases mais avançadas”, completa a oncologista do Hospital Sírio-Libanês.