Pesquisa aponta que, com medidas de distanciamento ainda em vigor, turistas tornaram-se mais interessados em destinos naturais. Glamping ganha força como opção de hospedagem para viajantes que desejam explorar a natureza, mas não querem abrir mão de certos confortos encontrados em hotéis
Um estudo realizado pela agência ViajaNet, popular site de venda de passagens aéreas, mostra que o ecoturismo tem ganhado mais força nos últimos meses, sobretudo durante o período de pandemia do coronavírus, quando medidas de distanciamento social entraram em vigor.
Oferecendo camas confortáveis, chuveiros privativos com água aquecida e, até mesmo, cardápios exclusivos, empresas especializadas no glamping – termo que une os nomes glamour e camping – estabeleceram-se como tendência de turismo para viajantes que desejam aproveitar a natureza sem abrir mão do conforto.
De acordo com o head de Marketing da ViajaNet, Gustavo Mariotto, o Brasil tem muito potencial para ser explorado nesse segmento: “além de priorizar medidas sanitárias, o consumidor tem buscado por viagens com propostas mais sustentáveis e ambientais, e o nosso país se destaca nesse quesito”.
No país, no entanto, esse ainda é um mercado em expansão. De acordo com Guilherme Padilha, presidente da Associação Brasileira de Turismo de Luxo, o cenário no Brasil está se desenvolvendo consideravelmente: “embora a maioria das acomodações daqui não seja classificada como luxuosa, elas estão na categoria de glamping pelo nível de conforto e serviços ofertados, com excelente estrutura em locais remotos”.
Korubo: uma empresa pioneira no glamping brasileiro
O início do glamping no Brasil se deu há 20 anos, em 1991, por meio do empresário Luciano Cohen, fundador do Safari Camp Korubo, uma empresa especializada em glamping que fica localizada no Parque Estadual do Jalapão, no Tocantins. Cohen conta que costumava acampar da maneira tradicional, mas, após conhecer alguns destinos internacionais, resolveu trazer a ideia do acampamento glamouroso para o Brasil.
“Acampar é algo que muitas delas [pessoas] nunca viveram por medo do desconhecido, de montar uma barraca no meio do nada sem um banheiro limpo e privativo, por exemplo, ou porque nunca tiveram alguém que incentivasse esse contato mais próximo com a natureza”, evidencia o empresário.
Ele também explica que seu objetivo é levar aos turistas uma experiência diferente daquelas que eles teriam acesso em um hotel tradicional. Segundo Cohen, viajantes mais experientes estão entre os maiores adeptos do glamping, optando por uma experiência em que “menos é mais”.
O Safari Camp da Korubo possui 15 barracas pré-montadas. Elas contam com camas confortáveis, uma pequena varanda e, até mesmo, um banheiro privativo. As casas de banho são equipadas com chuveiros de água aquecida, e todo o acampamento é iluminado pela energia fotovoltaica, o que permite que os hóspedes recarreguem seus equipamentos eletrônicos. Apesar da conexão com a eletricidade, a área não tem cobertura de internet, seja por Wi-Fi ou operadoras móveis.
Os turistas que desejam conhecer o Jalapão com a Korubo também poderão experimentar a culinária local, já que a empresa dispõe de uma equipe de cozinheiros exclusiva, e conhecer as atrações da reserva em passeios pré-programados. “É um desafio para pessoas que não estão acostumadas a esse tipo de hospedagem”, explica Cohen.