imagem de moedas representando a situação de franqueados inadimplentes após ajuda do franqueador

Como franqueadores podem cobrar franqueados inadimplentes?

Muitos brasileiros sonham em ter o próprio negócio. Mas, como diz o ditado, se você
orou pela chuva, é preciso aprender a lidar com a lama. Em outras palavras, nem tudo são flores quando se trata de ter a própria empresa. As possibilidades de ganhos são infinitas, mas o mesmo pode ser dito quando pensamos nos problemas possíveis. 

Por isso, entrevistamos o especialista em finanças e fundador da Digno Plataforma Financeira, Gian Pablo, para falar sobre o tema. 

Dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostram que mais de 77% das famílias brasileiras estavam com algum tipo de dívida em 2022. O número representa um recorde do indicador, que começou a ser construído em meados de 2010. 

“Fora isso, ainda tivemos sucessivas crises econômicas e a sanitária, de Covid-19. Tudo isso dificultou muito a vida do trabalhador brasileiro, e, por isso, também temos visto altos índices de inadimplência”, comenta Gian. 

De acordo com o especialista, dado o cenário, muitas empresas sofrem com atrasos de clientes. “Muitos, sem saberem exatamente como proceder, acabam deixando um recurso importante para trás, e, como diz o ditado, o ‘dinheiro não leva desaforo’. Nos dias de hoje, é impossível repassar a perda no preço, e absorvê-la pode falir sua empresa”, comenta. 

Informações do Serasa Experian mostram, por exemplo, que cerca de 6,3 milhões de empresas no Brasil estavam com algum pagamento em atraso em 2022. 

Por isso, Gian adverte que as cobranças devem ser feitas por terceiros, fora de sua empresa, a fim de proteger sua marca e seus negócios, evitando reclamações, litígios e que os aborrecimentos afetem os donos de negócios, que, segundo ele, precisam focar o crescimento da empresa. 

“No caso das franquias, existem algumas especificidades que devem ser seguidas para não prejudicar sua rede de franqueados. A grande dica é contar com ajuda de um parceiro ou profissional especializado no assunto que respeite todos: o franqueador, o franqueado e os clientes finais”, comenta. 

Segundo Gian, a Digno possui estratégia para proteger o franqueado em relação a seus clientes inadimplentes e, ao mesmo tempo, gerar créditos para compor seus pagamentos com o franqueador da rede da qual faz parte, de forma respeitosa e com boas condições para todos.

“Assim, como em uma granja, se os pintinhos não forem alimentados e tratados, no futuro não haverá novas galinhas para produzir bons ovos. Esta deve ser a preocupação de um franqueador que deseja formar uma boa rede”, explica.

Para efetuar a cobrança, o CEO da Digno sugere que seja feito um movimento interno inicial, de acordo com sua rede de franqueados inadimplentes.

“Faça um contato amigável e ofereça condições para que este franqueado possa quitar os débitos em atraso. Se isso não funcionar, pense em buscar ajuda”. 

Nesse caso, ele recomenda que o empresário busque uma empresa especializada em cobrança, sobretudo, que esteja preocupada com a marca e com a preservação da empresa como um todo.

“Lembre-se de que cada público exige um tipo de cuidado. Por isso, veja bem, não é uma empresa de call center que esse empresário deve buscar. Essa estrutura não consegue atender um negócio de menor porte com as suas demandas específicas. Além disso, só de encaminhar esse débito para uma assessoria qualificada já existe um índice de recuperação natural elevado”.