Como e-commerces pequenos precisam agir para sobreviver à pandemia

Como e-commerces pequenos precisam agir para sobreviver à pandemia

Quase seis meses após o primeiro caso confirmado de covid-19 no país, tudo mudou, inclusive a situação dos pequenos e-commerces brasileiros. 

A boa notícia é que, de janeiro a abril de 2020, 32% do resultado do e-commerce de todo o ano anterior já foi atingido de acordo com Ebit|Nielsen em parceria com Elo. Com os desdobramentos da pandemia, ainda há espaço para as compras virtuais continuarem expressivas. 

Já a notícia não tão boa, ao menos para os pequenos, é que as compras online ainda se concentram nos grandes sites, como o Mercado Livre, que acaba de se tornar a maior empresa da América Latina em valor de mercado. 

Apesar das adversidades, os pequenos negócios presentes na Internet têm chances de se destacar em cada nicho de atuação. 

Após o susto inicial causado pela quarentena e explosão dos casos de covid-19, quando foi necessário dar um passo para trás, a La Femme, e-commerce de calçados flat, acompanhou o impacto no mercado e entendeu o comportamento do consumidor. Somente então, resolveu colocar em prática um novo plano de ação. 

José Augusto, Gerente de Ecommerce da La Femme, compartilhou os principais aprendizados que fizeram a diferença e garantiram a sobrevivência da marca nesse cenário.

Evitar oportunismo

Muitas marcas foram criticadas por estimular o consumo, realizar promoções e criar relações com a pandemia para vender mais. A atitude, realmente, não foi muito adequada e as empresas foram vistas como oportunistas. 

Em um momento tão delicado para a população, a solução foi esperar a nova dinâmica de consumo se estabilizar. Após a fase inicial, a empresa passou a ser mais agressiva em promoções, mas tendo o cuidado de avaliar a reação dos clientes. 

Prestar atenção no comportamento e interação dos consumidores permitiu que a estratégia fosse bem sucedida, pois respeitou o timing e os novos hábitos do público-alvo, que percebeu a empatia da marca nessa crise. 

Estar aberto a mudanças

Ninguém sabia quanto tempo a pandemia duraria, e ninguém imaginou que duraria tanto. Por essa razão, foi preciso mudar algumas práticas já consolidadas a fim de atrair mais consumidores e garantir a compra dos itens com segurança. 

A La Femme alterou o prazo de troca de 30 para 60 dias. A medida deixou os clientes mais confortáveis para comprar os calçados, já que, com a ampliação da troca, seria possível sair de casa no momento mais seguro para fazer a logística reversa. 

Além disso, a marca também começou a enviar mimos e frases inspiradoras junto com os produtos, tudo para alegrar o dia de quem abrir a caixa, uma solução simples, mas que fortalece o vínculo com a empresa e gera uma experiência única para o consumidor.

Vai passar

Em abril, quando o comércio começou a fechar e os casos de coronavírus subiram, a La Femme sofreu uma queda nas vendas, principalmente nas capitais do país, que são o principal destino dos produtos. 

Desde o início desse período, no entanto, José estava confiante de que as vendas iriam normalizar, visto o que ocorreu em países como China, Itália e Inglaterra, lugares em que o vírus chegou primeiro.

De fato, após o primeiro impacto, o e-commerce teve bons resultados com a demanda reprimida e constatou que o comércio eletrônico seria o protagonista aqui no Brasil também. 

Marketing digital como aliado

Para chegar aos consumidores, é preciso ser visto, ouvido e lembrado Ainda mais em um período tão crítico e em um ambiente tão disputado quanto a internet. 

A empresa não teve medo de se reinventar e alterar constantemente toda a estratégia. Aumentar a presença online, atingir o público-alvo, fidelizar quem já é cliente, oferecer descontos e promoções, otimizar o site e realizar parcerias para o design de produtos foram algumas das ações implementadas. 

Online como novo normal

Na quarentena, houve a aceleração do processo de digitalização em todos os setores econômicos, mas, principalmente, no varejo. A mudança também foi cultural, de forma que trabalhadores e consumidores tiveram que se adaptar para fazer as compras online. 

A tendência é que o online ganhe mais relevância, em sinergia com o varejo físico, com o início dessa nova era sendo observado já na retomada do comércio. 

“O online estará mais presente na rotina dos consumidores, e a integração entre o físico e o digital nunca se fez tão essencial para o sucesso de um negócio”, afirma José.

Ou seja, de agora em diante, há tempo suficiente para que os pequenos e-commerces possam ter cada vez mais sucesso na hora de vender.

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