O crescimento da produção das indústrias brasileiras se disseminou bastante no último ano, além de ter superado índices de dois dígitos em 16 das 93 áreas da indústria.
De acordo com o economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), Rafael Cagnin, os segmentos que apresentaram mais crescimento foram os que sofreram maior impacto na época da crise.
Forte participação da indústria automobilística
A indústria automobilística, que atua como uma das principais alavancas do segmento, teve uma queda contínua durante três anos na produção, até que a recuperação se iniciou no final do ano passado, cuja a alta da produção de veículos foi de 25,2% na comparação com 2016.
Algo que favoreceu bastante esse crescimento foi o aumento no número de exportações, que foi de 45,6% em comparação ao ano de 2016. Foram 762 mil unidades comercializadas para outros países, ou seja, quase 30% das 2,699 milhões que foram produzidas em 2017. Os dados são da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Esse aumento na produção também pôde ser visto em janeiro, quando as fabricantes de veículos produziram 216,8 mil unidades, ou seja, uma alta de 24,6% em relação à quantidade produzida em janeiro de 2016, também de acordo com a Anfavea.
Depois de passar 3 anos com ociosidade de até 50% nas fábricas, redução que foi necessária devido à crise econômica, foram vistos vários anúncios nos últimos meses a respeito do aumento da produção e da retomada de operações em dois turnos de trabalho, que estava desativada desde 2014.
Demanda para 2018
De acordo com o cenário desenhado por Leonardo Carvalho, que faz parte do Grupo de Conjuntura do Ipea, os sinais que mostram um aumento da demanda doméstica durante o ano de 2018 ajuda a sustentar a perspectiva de que a recuperação da indústria ainda se manterá.
Alguns dos sinais favoráveis são o controle da inflação e as melhores condições para a tomada de crédito, com juros menores e famílias menos endividadas.
Esses dados também ajudam a aumentar a confiança dos consumidores e impulsionar o consumo. Uma restrição que ainda se mantém, porém, é o aproveitamento limitado da capacidade de produção de algumas fábricas, afirma Leonardo.
Ao não utilizar a capacidade total, as fábricas não investem em expansão, o que diminui a demanda da fabricação de bens de capital, muito importante para a indústria.
De acordo com prévia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre a sondagem da indústria, na média nacional, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) deve ficar em 76,5%, maior índice desde junho de 2015.
Quanto às montadoras, o crescimento da produção deve se manter em 13,2%, o que levará à fabricação de quase 3 milhões de unidades. O aumento nas vendas deve ser de 11,7%, para 2,5 milhões de automóveis, e as exportações devem crescer 5%, para 800 mil veículos.
A melhora do cenário industrial também foi percebido por fabricantes de acoplamentos Falk, como é o caso da Top Componentes, empresa especializada nesse e em outros tipos de acoplamento que tem como objetivo sempre atender às necessidades dos clientes.