Constantemente, nos deparamos com situações que desencadeiam uma série de emoções diversas. Porém, para pessoas diagnosticadas com Síndrome de Borderline, também chamado de Transtorno de Personalidade Borderline, as emoções oscilam de forma muito rápida.
Além disso, elas, geralmente, são intensas e desproporcionais ao que acontece na realidade.
Essa condição, caracterizada por uma montanha-russa emocional e por padrões instáveis de relacionamento, desafia tanto aqueles que a possuem quanto aqueles que buscam compreendê-la.
Por isso, se você ou alguém próximo foi diagnosticado com Borderline ou teme enfrentar esse transtorno, saiba que reconhecer a questão é o ponto de partida para enfrentá-la. Continue a leitura para compreender mais sobre detalhes da saúde mental de indivíduos com essa condição!
O que é síndrome de borderline?
A síndrome de borderline é caracterizada por mudanças abruptas e contrastantes.
Isso porque, para alguém com borderline, as coisas precisam estar sempre em ordem para que ele seja feliz, e qualquer pequeno contratempo pode ser interpretado como uma grande catástrofe.
Ou seja, a pessoa pode estar bem e, no segundo seguinte, ser tomada por um acesso de raiva.
Talvez você já tenha ouvido a expressão “fazer tempestade em um copo d’água”. Ela ilustra bem como algumas pessoas tendem a amplificar situações triviais para proporções dramáticas.
Imagine, por exemplo, que alguém com quem você mantém contato diário não responde prontamente sua mensagem, essa demora pode ser interpretada de maneira intensa como rejeição.
Síndrome de borderline: sintomas e sinais
Como dito anteriormente, a síndrome de borderline se caracteriza por oscilações rápidas de humor, medo de abandono, relacionamentos instáveis e comportamentos impulsivos.
Nesse sentido, os principais sintomas da síndrome de borderline incluem:
- Flutuações rápidas do humor, que podem se estender por horas ou dias;
- Oscilação entre momentos de raiva, tristeza e ansiedade;
- Identidade instável, marcada por mudanças rápidas de valores e metas;
- Mudanças de opiniões sobre carreira, sexualidade e tipos de amizades;
- Medo persistente de ser abandonado por parceiros, amigos ou familiares;
- Relacionamentos tumultuados e intensos, com sentimentos que vão do amor ao ódio, e variam rapidamente entre grandes idealizações e desvalorizações do outro;
- Sentimentos de desvalorização pessoal, acreditando que não é suficiente;
- Comportamentos impulsivos e tendências a se aventurar com jogos de azar, gastos excessivos, consumo de alimentos, abuso de substâncias e atividades de risco;
- Tendências suicidas, especialmente em momentos de percebido abandono;
- Dificuldade em controlar a raiva, especialmente em relação às pessoas próximas;
- Seguida por sentimentos de vergonha, tristeza e culpa;
- Sensação crônica de solidão e vazio interior;
Vale lembrar que esses sintomas podem se manifestar de maneiras variadas nos indivíduos.
Além disso, as pessoas com síndrome de borderline, normalmente, possuem um grande receio de que as emoções fujam do seu controle, demonstrando dificuldade para lidar com situações de estresse, o que posteriormente cria uma grande dependência de outras pessoas nestes momentos.
Quais são as causas da síndrome de borderline?
Apesar de não ter uma causa única, há uma predisposição genética para síndrome de borderline, além disso, ela também pode estar associada a traumas na infância e uso de substâncias químicas.
Geralmente, aqueles que enfrentam esse transtorno carregam consigo uma infância traumática.
Relações tensas entre pais e filhos, pobreza, negligência, abusos, trauma emocional, bullying físico e manipulação estão entre as razões mais frequentes para o desenvolvimento desse transtorno.
Isso porque uma infância marcada pela violência ou condições extremas instiga nos indivíduos uma necessidade de defesa excessiva, resultando assim em um medo constante de ser abandonado.
Como é feito o tratamento da síndrome de borderline?
Nesse caso, o diagnóstico precoce com um psiquiatra é fundamental para um tratamento que inclui psicoterapia e, em alguns casos, até medicamentos como antidepressivos e antipsicóticos.
Devido, sobretudo, aos desafios que a síndrome de borderline apresenta nos diversos aspectos da vida social do indivíduo afetado, a consulta com psicólogos e psiquiatras é de extrema importância.
A psicoterapia visa reinterpretar experiências passadas e proporcionar apoio à criança interior ferida, além de ajudar a gerenciar impulsos e compreender melhor os comportamentos, visando reduzir o sofrimento e melhorar as relações interpessoais, promovendo assim uma melhora significativa.
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