Mesmo sem estrutura ideal, boa parte das companhias brasileiras apostam em soluções arrojadas para se destacarem; Brasil é o 57º de 132 países em índice global de inovação
Manter-se competitivo em um mercado cada vez mais disputado é uma tarefa árdua, e as pequenas empresas parecem ter entendido a importância de se apostar em inovação para maximizar os negócios. De acordo com um levantamento inédito da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Instituto FSB Pesquisa e executivos de 500 companhias de pequeno porte, 82% dessas organizações já buscaram soluções inovadoras pelo menos uma vez nos últimos três anos.
Apesar do olhar diferenciado, a maioria delas sofre para aplicar esse tipo de conceito, muitas vezes, por falta de estrutura para dar continuidade ao trabalho iniciado. A pesquisa aponta que 68% das empresas ouvidas não possuem um departamento dedicado à inovação; e 76% não têm sequer orçamento específico para tal nem para contratar profissionais da área em questão. Por outro lado, mesmo sem recursos suficientes, 57% dos executivos declararam que a importância para a inovação dentro de suas empresas é alta ou muito alta.
Inovação na pandemia
Um dos temas abordados pelo estudo da CNI tem relação com o impacto da Covid-19 no trabalho de inovação industrial. Mesmo diante do cenário de pandemia, foi possível para 68% das pequenas companhias obter ganhos competitivos, produtivos e financeiros. Durante a crise sanitária, 45% afirmaram ter tido mais dificuldades para inovar; 19% disseram que ficou mais fácil; e 36% não viram diferença.
Além disso, para 20% um dos maiores obstáculos para inovar no período foi o acesso escasso a recursos externos de verba, enquanto 9% alegaram ter tido problemas para contratar profissionais. 6% não encontraram mão de obra qualificada e sofreram com a falta de orçamento interno, e outros 5% tiveram dificuldades quanto à cadeia de fornecedores.
Brasil fica em 57º lugar entre 132 países no Índice Global de Inovação
Divulgado em setembro de 2021 pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (WIPO, na sigla em inglês), o mais recente Índice Global de Inovação (IGI) mostrou que o Brasil é o 57º de 132 países que mais inovam no mundo. Apesar de ter subido cinco colocações na comparação com o ranking anterior, de 2020, o país aparece dez posições abaixo de sua melhor marca, obtida em 2011.
Para entender melhor, o IGI é composto da média de cinco itens fundamentais do subíndice Insumos de Inovação (instituições; capital humano e pesquisa; infraestrutura; sofisticação de mercado; e sofisticação empresarial) e de outros dois elementos do subíndice Produtos de Inovação (produtos de conhecimento e tecnologia; e produtos criativos).
Dentre os fatores que ajudaram o Brasil a melhorar sua posição de 2020 para 2021 destacam-se: a retração do Produto Interno Bruto (PIB), que causa uma percepção enganosa de avanço, a criação de novos indicadores no ranking e a boa atuação do setor empresarial do país. Por outro lado, as principais fragilidades brasileiras dizem respeito à formação bruta de capital, à facilidade de abertura de empresas e à simplicidade para obtenção de crédito e taxa tarifária aplicada.