Indústria terminou 2021 com um faturamento de R$ 7,8 bilhões
Segundo dados divulgados na Abrin 2022 – Feira Internacional de Brinquedos, evento promovido pela Francal Feiras e pela Associação Brasileira de Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) –, a partir do portal Mercado e Consumo, a indústria de brinquedos do Brasil encerrou o último ano com faturamento de R$ 7,8 bilhões, um número 4% acima de 2020. Espera-se, para este ano, uma alta ainda maior (6%), alcançando a marca de R$ 8,3 bilhões.
De acordo com o presidente da Abrinq, em 2010, o consumo per capita de brinquedo no Brasil era de 4 por pessoa. Em 2021, foi para 11, fazendo com que a indústria do país aumentasse a quantidade de empregos. A sazonalidade de vendas, de acordo com a estatística anual da entidade, no ano passado, ficou centrada em mais de 50% em julho, agosto, setembro e outubro, a fim de apresentar material para as lojas no Dia das Crianças e Natal.
A Abrinq ainda aponta que, em 2021, as importações, a maioria centrada na China, caíram de 77,3% para 75,8%, fazendo com que a indústria brasileira tivesse espaço para aumento de produção. A inflação no período para os brinquedos permaneceu em 5%. Vendas do segmento, no âmbito global, foram de US$ 102 bilhões em 2020 para US$ 109,1 bilhões em 2021.
Regra que assegura segurança de brinquedos no país completa 30 anos
Ainda sobre o setor de brinquedos, que engloba brinquedos educativos, por exemplo, segundo o portal Agência Brasil, o país foi um dos primeiros lugares a regulamentar a segurança para esses objetos. Em 1992, em decorrência da quantidade de acidentes, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) publicou a Portaria n.º 47, com aspectos técnicos que fabricantes nacionais e importadores deveriam respeitar.
O foco era realizar a regulamentação do mercado no país, suavizar os riscos à saúde, aumentar a segurança de crianças e, assim, reduzir as ocorrências de acidentes envolvendo brinquedos, fortalecendo, em conjunto, a indústria nacional. Na ocasião, tais objetos vinham de várias partes do globo, essencialmente da China, adentrando o país com preços baixos e sem controle de impactos à saúde e à segurança.
Atualmente, o regulamento pretende tornar-se ainda mais abrangente, envolvendo requisitos gerais para artigos infantis, não só brinquedos.
“O nosso grande desafio é fazer uma regulamentação que não seja engessada. Aliás, esse é o direcionamento no modelo regulatório do Inmetro. Alguns setores, como o de brinquedos, são muito ágeis no desenvolvimento de novas tecnologias. Certos produtos entram no mercado brasileiro e não conseguem ser contemplados com a certificação porque estão fora do regulamento por terem usado processo ou tecnologia diferente”, diz o chefe da Divisão de Verificação e Estudos Técnicos (Divet) do Inmetro.
A analista que fica a cargo do regulamento de brinquedos no Inmetro recordou a última atualização, realizada em 2021, que esclareceu que, caso o produto tenha a função de brincadeira, com foco em crianças de até 14 anos, deve ser certificado compulsoriamente.
“Certos brinquedos escapam da regulamentação porque os fabricantes declaram serem produtos terapêuticos, como os recentes pop its e hand spinner (brinquedos antiestresse), que são comercializados em vários ambientes sem a devida certificação”, afirma.