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Doenças crônicas podem alterar a saúde ocular

Isolamento e sedentarismo decorrentes da pandemia de Covid-19 causam reflexos no resultado de pesquisa

Segundo a pesquisa Vigitel 2021, a partir do portal Universo Visual e divulgação do Ministério da Saúde, há um crescimento de sobrepeso, hipertensão arterial e diabetes entre os brasileiros. De acordo com o presidente do Instituto Penido Burnier de Campinas, o resultado mostra que as pessoas devem ter mais atenção em relação às doenças crônicas que podem causar impactos na saúde dos olhos, sendo necessário realizar exames anuais de oftalmologia. 

Ainda foi mostrado que o isolamento e o sedentarismo decorrentes da pandemia de Covid-19 influenciaram o resultado da pesquisa, já que 48% dos participantes com 18 anos ou mais não praticavam atividade física durante o ano (55,7% eram mulheres e 39,3%, homens). Além disso, 57,25% dos 29.093 entrevistados estavam com sobrepeso.

O presidente do instituto aponta que estar acima do peso reduz a capacidade do corpo de combate aos radicais livres. Com o seu aumento, pode acontecer uma danificação das células da retina sensíveis à luz, dobrando o risco de contrair degeneração macular seca, irreversível e que diminui a visão em 90%. 

“Outro efeito do excesso de radicais livres é antecipar a formação da catarata nos maiores de 50 anos”, afirma. A doença torna o nosso cristalino (a lente interna do olho) opaco. Dessa forma, “o único tratamento é a cirurgia em que o cristalino opaco é substituído pelo implante de uma lente intraocular. No mesmo dia, o paciente recebe alta e a maioria já sai da cirurgia enxergando”, relata o presidente.

Ele também faz alguns apontamentos sobre o colesterol alto, que “pode provocar o espessamento e enrijecimento das artérias da retina”, provocando uma obstrução da veia central ou de seus ramos, assim como o extravasamento do sangue que deixa a visão mais complicada.

Fumaça do cigarro mata as células da córnea

Ainda sobre saúde ocular, que inclui o uso de óculos de grau masculinos, segundo um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Farmacêutica Gifu, no Japão, a partir do portal Universo Visual, a fumaça de cigarros pode causar a morte de células da córnea, afetando fumantes e pessoas próximas. O estudo foi publicado no periódico Scientific Reports, vinculado à Nature. 

A pesquisa mostrou que a fumaça do cigarro causa acúmulo de ferro, que mata as células do epitélio da córnea, camada mais externa da região ocular. A sua função é absorver nutrientes e oxigênio das lágrimas, além de oferecer proteção contra infecções. 

Para o estudo, foi realizado um cultivo do epitélio da córnea de seres humanos em laboratório de culturas, expondo parte delas a um extrato da fumaça de cigarro e aerossol do PTA, contendo grande parte dos ingredientes inalados por fumantes. Após 24h, a quantidade de células mortas nas culturas expostas ficou acima das que não entraram em contato.