Isolamento social e home office durante a pandemia contribuíram para o crescimento do e-commerce, que seguiu em alta em janeiro deste ano
Se o e-commerce em geral tem crescido nos últimos anos, de acordo com levantamento feito pela Neotrust, o segmento de casa e decoração se destaca. Os dados apontam que os números de faturamento do setor em 2021 foram superados em 27%. Em pesquisa realizada pela Nuvemshop, a seção de casa e decoração demonstrou alta de 300% nas compras pela internet entre 2019 e 2021. Da mesma forma, o ticket médio do ramo foi de R$ 249,62 em 2020 para R$ 262,48 em 2022.
Desde o início da pandemia da Covid-19, o e-commerce cresceu, pois, com o isolamento social e muitas pessoas trabalhando em casa, as compras on-line passaram a se tornar parte da rotina. Além disso, ao ficar mais tempo no lar, os consumidores começaram a realizar pequenos reparos e mudanças no ambiente doméstico. O aplicativo de serviços GetNinjas, por exemplo, verificou que houve um crescimento de 57% nas reformas domiciliares no ano de 2020.
Segundo o country manager da Nuvemshop, as vendas do e-commerce aumentam o alcance de negócios que, normalmente, teriam apenas o mercado local para introduzir seus produtos. Ainda de acordo com a pesquisa da Nuvemshop, as pequenas e médias empresas (PMEs) do setor dobraram seu faturamento em relação a 2020.
Vendas no e-commerce apontam crescimento de 20,56% em janeiro deste ano
Janeiro, considerado um mês fraco para o varejo, teve aumento de 20,56% em vendas no e-commerce em relação ao ano passado. Esses dados foram divulgados pelo indicador MCC-ENET, uma parceria entre o Movimento Compre & Confie e a Câmara Brasileira de Economia Digital (camara-e.net). A pesquisa aponta também que, de janeiro a dezembro de 2021, a expansão das vendas foi de 16,14%; e o faturamento apresentou uma variação positiva de 25,31% no mesmo período.
Outro dado publicado sobre o comércio eletrônico foi em relação à forma de pagamento. Em janeiro de 2021, apenas 1% das compras era paga por meio do Pix, em dezembro do mesmo ano, esse número subiu para 4%. As compras on-line pagas com Wallet foram de 0,26% em 2019 para 6,03% em 2021. Entre as regiões do país, o aumento das vendas on-line no intervalo de janeiro a dezembro de 2021 foi de: 27,98% no Nordeste; 25,70% no Centro-Oeste; 24,68% no Norte; 22,78% no Sul e 11,10% no Sudeste.
As expectativas para os próximos meses deste ano são de crescimento. Conforme aponta o responsável pela pesquisa da Nuvemshop, os consumidores criaram o costume de comprar pela internet a preços competitivos, e muitos ainda trabalham em casa em tempo integral ou desenvolvem suas atividades em um modelo híbrido.
Segundo a Neotrust, a maioria das compras em e-commerce, que representa 34,9% do total, são realizadas por um público com a faixa etária de 36 a 50 anos. O segundo maior índice, de 32,1% do total, é efetuado por pessoas de 26 a 35 anos. Já as compras feitas por consumidores com mais de 51 anos foram de 15,5% em 2020 para 16,6% em 2021.
Para o sócio-fundador da Charme do Detalhe, empresa especializada na venda on-line de capa para sofá e cadeira, a mudança no comportamento de compra da população brasileira veio para ficar, principalmente entre um público mais maduro, de 45 a 65 anos, que está cada vez mais inserido no universo digital, tornando-se mais confiante à medida que estabelece experiências positivas em compras pela internet.