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Pesquisa aponta que 67% das mães deixam de comprar o necessário para priorizar pedidos dos filhos

Das 461 mulheres entrevistadas, 45% já gastaram mais do que podiam para agradar às crianças; e 44% se endividaram com a atitude

Ser mãe, muitas vezes, é renunciar aos próprios prazeres e necessidades para priorizar a vontade dos filhos. Mais do que um senso comum, a empresa especializada em renegociação de dívidas on-line Acordo Certo resolveu mostrar em números como essa premissa faz parte da realidade de muitas famílias brasileiras.

Para isso, a companhia conversou, entre os dias 15 e 26 de abril, com 461 mães cadastradas em seu banco de dados e revelou que 67% das entrevistadas já deixaram de comprar algum item que precisavam para atender aos pedidos dos seus filhos. Desse grupo, 90% das mães afirmaram ter avisado previamente que não poderiam comprar nada devido às dificuldades financeiras.

O levantamento também mostra que 39% das mulheres já levaram o filho às compras em supermercados e gastaram mais do que pretendiam para satisfazer a criança. Nesse cenário, 57% indicaram comprar algum tipo de alimento mesmo sem ter poder aquisitivo para isso, visando apenas atender às solicitações vindas de casa.

O problema começa a ficar mais sério ao ver que 45% delas já desembolsaram mais dinheiro do que deveriam para agradar aos filhos, sendo que 44% se endividaram com essa atitude. Outros 30% confessaram já ter optado por um produto mais caro ou de marca só porque os filhos pediram.

A maioria sabe dizer “não” 

Apesar dos números elevados de mães que se complicaram financeiramente para atender aos pedidos dos filhos, 74% afirmaram que conseguem frear as investidas feitas pelas crianças e adolescentes com um “não”; e 72% alegaram não fazer as vontades deles todas as vezes. Enquanto 96% das entrevistadas já disseram aos pequenos que não poderiam comprar algo para eles, 99% chegaram a explicar o motivo.

Educação financeira

Ainda segundo a pesquisa, 90% das mães já abordaram os filhos para apresentar a situação financeira da família, de modo que 88% explicaram como obter seu próprio dinheiro, reforçando a importância do trabalho, e 87% deram dicas sobre como poupar parte dos ganhos. Isso mostra que, apesar de ser um tema pouco explorado no Brasil, muitas mães parecem se preocupar em instruir os filhos desde cedo a respeito da responsabilidade financeira.

O levantamento também mostra a realidade familiar de cada entrevistada. Das 416 mulheres que responderam às perguntas da Acordo Certo, apenas 16% oferecem mesada, ao passo que 29% afirmaram receber ajuda financeira do filho em casa. Uma curiosidade é que, para o Dia das Mães de 2021, somente 29% acreditavam que iriam receber algum presente na data.

O mercado de trabalho para quem é mãe

A maternidade, sem dúvida, é um grande desafio para as mulheres. Mais do que todas as dificuldades físicas e emocionais, a experiência de se tornar mãe, muitas vezes, tem impacto direto no âmbito profissional. De acordo com a pesquisa, 57% das entrevistadas já tiveram dificuldade para conseguir um emprego por terem filhos, e 66% tiveram que cancelar compromissos por não terem com quem deixar a criança.

Além disso, 51% dessas mulheres já tiveram que levar o filho para o trabalho, enquanto metade precisou faltar ao serviço para não deixar o filho sozinho. Entre todas as participantes do estudo, 54,4% declararam ser chefes de família, sendo que 70% delas têm uma renda familiar de meio a dois salários mínimos, enquanto 49% possuem receita pessoal nos mesmos valores, e 34% não recebem nada.

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